Estava tudo pronto para a CEEE religar a energia elétrica da Escola Estadual de Ensino Fundamental Felipe de Oliveira, no bairro Santa Cecília, em Porto Alegre, mas parte da fiação foi furtada nesta segunda-feira (2). O governo do Estado já pediu novos materiais, mas ainda não tem previsão de quando a eletricidade será restabelecida.
Esse é o terceiro caso de furto no local. Os estudantes estão sem luz desde 4 de junho, quando foram surpreendidos ao chegarem na escola: a fiação elétrica havia sido levada. No dia seguinte, o local foi arrombado novamente — foram levados caixas de som, aparelho microondas, CDs, DVDs, freezers, máquinas copiadoras, entre outros objetos. Além disso, vidros das janelas e portas foram quebrados.
— Era uma região bem segura, sempre tinha policiamento por causa do Ginásio da Brigada, que é aqui do lado. Abandonado, as pessoas utilizam o espaço para usar drogas, e a rua ficou escura, largada — relata Maria da Graça Morales, presidente do Conselho Escolar do Instituto de Educação Flores da Cunha, cujos alunos da pré-escola têm tido aulas na escola desde o início das obras de restauração, que devem ser concluídas em 18 meses.
A falta de energia elétrica fez com que pais e professores criassem um grupo de WhatsApp para trocar mensagens e discutir diariamente se levarão os filhos ou não à escola. Em dias ensolarados, em que as salas de aulas recebem mais luz natural, a escola recebe os alunos; em dias nublados, as crianças ficam em casa. O horário de aula foi reduzido em uma hora em todos os turnos.
Os filhos de três e cinco anos da servidora pública Carolina Gattino La Porta, 37 anos, não foram à aula na segunda. A decisão foi tomada em consenso com outros pais presentes no grupo formado no aplicativo.
— Não tem como ter aula na escola, é uma escuridão, um breu total. Em dias nublados, chuvosos, não tem condições, além da sensação de insegurança que fica — conta.
Entretanto, a situação estava prestes a mudar. A escola comprou uma nova fiação elétrica e protocolou junto à Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) o pedido de restabelecimento da eletricidade na sexta-feira (29). Uma equipe técnica da empresa visitou o local à tarde, mas não pôde realizar o trabalho por causa da chuva, programando uma nova visita nesta segunda-feira (2).
Para evitar outro episódio de furto, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) contratou um segurança particular na sexta-feira (29) para vigiar o local das 19h30min até às 7h30min, inclusive finais de semana. Não foi suficiente. A fiação elétrica recém-comprada pela escola foi furtada novamente, e os alunos devem ficar por mais algumas semanas tendo aulas apenas em dias de sol.
— Quando mandaram fotos no grupo, eu nem entendi. Levaram os fios? Mas como? E o segurança? — questiona Maria da Graça.
A Seduc informa, por nota, que denunciou o caso na 12ª Delegacia de Polícia e que ainda está "apurando os fatos", embora afirme que o furto ocorreu no "final de semana, pela manhã, após o horário da segurança privada". A pasta diz também que já está providenciando a reposição dos materiais da rede elétrica, mas que não tem previsão.