A Polícia Civil, em parceria com a CEEE, faz operação para combater furto de energia nesta quinta-feira (28). A Operação Blecaute vai fiscalizar 500 pontos na zona norte de Porto Alegre — nos casos em que for constatado o furto, o responsável poderá ser preso. A ação deve seguir até o fim do dia.
Os agentes e técnicos da CEEE vão fiscalizar os pontos em que monitoramento da companhia identificou que pode haver irregularidade. Também será fiscalizado o funcionamento dos medidores.
— O foco é em estabelecimentos comerciais, mas também vamos em residências onde pode haver furto. Isso causa concorrência desleal e coloca as pessoas em risco, além de não haver pagamento de imposto — afirma o gerente regional metropolitano da CEEE, Jeferson Gonçalves.
O trabalho da CEEE na identificação de "gatos" passou a ser intensificado há cerca de um ano. Neste período, foram fiscalizadas 28,1 mil unidades — dentre elas, 10,5 mil apresentavam irregularidades. No total, 47 pessoas foram presas nesse período. O valor recuperado chega a R$ 30,7 milhões.
Quando as equipes identificam que há furto de energia, a pessoa é presa e a energia elétrica é cortada. No caso de furto simples, como o “gato”, a pena é de um a quatro anos de prisão e cabe fiança. No caso de furto qualificado, a pena é de dois a oito anos e não cabe fiança.
— Nós fazemos mutirões mensalmente para combater este tipo de crime, mas a delegacia tem pelo menos duas ações por semana. É comum que as mesmas pessoas sejam identificadas cometendo o mesmo crime, mas de outro modo ou em outro local — relata o delegado Luciano Peringer, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio das Concessionárias e os Serviços Delegados (DRCP).
A perda média anual da CEEE com o furto de energia é de R$ 200 milhões. O valor corresponde a 17% do faturamento anual na área de concessão - com a verba, seria possível construir dez subestações. Além da fiscalização, a CEEE tem apostado em monitoramento online, novas tecnologias e aumento da equipe para combater o problema.