Um escorpião amarelo foi encontrado em uma livraria na Avenida Borges de Medeiros, no centro de Porto Alegre, nesta quarta-feira (6). Um dos funcionários do local percebeu o animal — cuja picada é extremamente dolorida e pode ser fatal — e acionou a prefeitura. Até o momento, seis regiões da cidade são consideradas infestadas: Lomba do Pinheiro, Partenon, Anchieta, Passo D'Areia, São Geraldo e Centro Histórico. Trinta e cinco escorpiões amarelos foram encontrados em 2018.
A bióloga Fabiana Ninov, da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde (CGVS), alerta que o animal pode estar em regiões onde nunca foram vistos. Ela explica que, em quatro anos de vida, uma fêmea pode gerar até 160 filhotes, que nascem com o corpo já totalmente formado. O primeiro relato do problema na Capital ocorreu em 2001.
— Não temos como retirar ele dos locais, pois são muitos. É um problema que só vai aumentar. É preciso orientar o maior número de pessoas possível — afirma.
Ela ressalta que, no caso da livraria, as evidências apontam que o animal entrou pela porta da frente: o local estava limpo, sem lixo orgânico. Em geral, eles ficam em locais com acúmulo de lixo e entulho, jardins e terrenos baldios. O escorpião amarelo se alimenta principalmente de baratas: uma delas é suficiente para mantê-lo por seis meses.
A principal preocupação da prefeitura é com grupos mais vulneráveis ao veneno do animal, como crianças e idosos. Conforme Fabiana, pelo corpo infantil ser menor, a picada pode ser mais perigosa e levar a morte. O mesmo ocorre para pessoas com baixa imunidade. Adultos saudáveis, em geral, sentem apenas as dores e, muitas vezes, não precisam de soro — cada caso deve ser avaliado junto ao hospital. Em caso de picada, a orientação é procurar imediatamente o Hospital de Pronto Socorro (HPS), único na Capital que tem o soro antiescorpiônico. Quem deparar com o animal, deve entrar em contato com a prefeitura pelo telefone 156, na opção 6.
Conforme a CGVS, não há registro de óbito no Estado. O escorpião amarelo já deixou vítimas fatais em São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Paraná.