Pelos próximos três dias, as bandeiras ficarão a meio mastro em Cachoeirinha, na Região Metropolitana, devido ao decreto de luto oficial pela morte de um dos moradores mais conhecidos da cidade: o ex-morador de rua José Antônio Dias da Costa, 67 anos, que era chamado de Zé Louco.
Internado no Hospital Conceição, Zé Louco morreu nesta quinta-feira (3), vítima de insuficiência respiratória. O velório ocorre na capela A da funerária São Judas Tadeu. A cerimônia de sepultamento será nesta sexta-feira (4), às 9h, no Cemitério Municipal. Em edição extra do Diário Oficial, o prefeito Miki Breier decretou o luto oficial.
— Toda nossa solidariedade aos amigos e familiares do grande José da Costa, nosso conhecido Zé Louco. Partiu desta vida um dos personagens mais populares e mais queridos de nossa Cachoeirinha. Valeu, Zé! — expressou o prefeito.
Nascido em Santo Antônio da Patrulha, Zé Louco teve meningite aos oito meses de vida. A doença deixou sequelas motoras e cognitivas. Aos 15 anos, passou a viver na rua e ficava vagando pela Avenida Flores da Cunha, entre outros locais da cidade, sempre acompanhado de alguns cachorros.
Durante 40 anos, alimentou-se apenas do que recebia de pedestres e dos estabelecimentos comerciais, ainda que a família tenha tentado trazê-lo de volta para casa inúmeras vezes. Zé Louco ficou conhecido em Cachoeirinha pela própria história, pela simpatia que lhe era peculiar e pelo bordão "Cachaça não", seguido de uma gargalhada.
Há cerca de três anos, de forma espontânea, decidiu voltar para a casa da mãe, no bairro Vista Alegre. Apesar de não ter habilidades com o lado esquerdo do corpo, Zé ajudava nas tarefas domésticas, como lavar a louça — o que ele mais gostava.