O músico gaúcho Mário Barbará, de 63 anos, morreu nesta quarta-feira (2), por volta das seis horas da manhã, em Porto Alegre. Conhecido por sucessos como Desgarrados, Mala de Garupa e Campesina (as três em parceria com Sergio Napp, morto em 2015) , o compositor nascido em São Borja lutava contra um câncer no fígado desde fevereiro do ano passado. Ele estava internado no hospital São Francisco, do complexo Santa Casa, desde a última sexta-feira após uma piora no quadro.
Barbará tornou-se conhecido ao vencer, em 1975, a 5ª Califórnia da Canção Nativa com a música Roda Canto, dele e Apparício Silva Rillo. Mas sua consagração veio em 1981, quando ele apresentou, no mesmo festival, a música que se tornaria um marco na sua carreira, aquela que ele nunca mais pôde deixar de tocar "sob pena de ser linchado", como costumava brincava: Desgarrados, composição sua com letra de Sergio Napp consagrada como a grande vencedora da Calhandra de Ouro.
Entre seus trabalhos mais recentes, está um DVD lançado junto de Chico Saratt no ano passado. O trabalho, intitulado Desgarrados, foi o primeiro vídeo das carreiras dos dois compositores são-borjenses. O repertório privilegia as parcerias com Silva Rillo e com Napp, onde estão os clássicos de Barbará saídos quase todos da Califórnia da Canção, e também faixas ao lado de parceiros como Bira Raffo Constant, Luiz Coronel e o irmão Fonso Barbará. Em março deste ano, Barbará também conquistou o prêmio de melhor compositor no Prêmio Açorianos de Música pela regravação de Desgarrados na categoria regional.
– Mário Barbará representa para todos os compositores de música do Rio Grande do Sul uma grande mudança na música nativista em 1981. Desgarrados foi a primeira música de projeção folclórica, urbana, que venceu a Calhandra de Ouro na Califórnia da Canção. Naquela época, surgiu uma geração que começou a apoiar a música nativista, ocorrendo o estouro da música nativista na Capital. Ele foi num pioneiro nessa nova forma de ver a música nativista – afirma Saratt.
O músico tinha como companheira atual a advogada Jaqueline Mielke. Do primeiro casamento, ele deixa a filha Daniela, de 33 anos. O velório, aberto ao público, vai ser realizado no Salão Nobre do Cemitério Parque Jardim da Paz, a partir das 15h desta quarta-feira (2), e o enterro está marcado para amanhã, às 9h30min, no mesmo local.