Vítima da queda de uma laje em uma casa no bairro Partenon, em Porto Alegre, Thaís Nunes dos Santos, 30 anos, esperava pelo primeiro filho quando morreu, na noite deste domingo (15). O bebê, cujo sexo a família ainda não tinha descoberto, seria também o primeiro neto de Rudimar Pereira Nunes e Maria Lisete dos Santos Nunes.
— Ela estava empolgada. E nós também. Ia ser o primeiro neto, né. A casa já estava com as peças todas divididas, tudo certo — recorda o pai da mulher.
O pedreiro de 54 anos estava construindo uma morada para a filha, seu companheiro, Rafael Soares, 25 anos, e o futuro neto na parte de cima na casa erguida por ele mesmo duas décadas atrás, onde criou os dois filhos. Ele trabalhava em um material para fazer um contrapiso quando o acidente que vitimou Thaís ocorreu, por volta das 19h. Rudimar estava no pátio e a família reunida dentro de sua casa quando parte da laje da casa do filho mais novo, localizada no mesmo terreno, desabou sobre a filha e o genro.
— Foi de repente. Caiu toda a laje. Foi aquela correria, eles todos gritando. A gente chamava pelo nome dela e nada — conta.
O companheiro de Thaís foi levado ao Hospital de Pronto Socorro, onde recebeu atendimento. Ele quebrou o tornozelo, mas recebeu alta ainda na noite de domingo.
Nascida em Porto Alegre, Thaís nunca deixou a casa dos pais, na Rua João do Rio — no mesmo terreno da residência da família, além da sua, estava sendo feita a casa do irmão mais novo. Segundo o pai, ela era uma "filha atenciosa", que ajudava a mãe nas tarefas domésticas e gostava de seu trabalho, em uma empresa de cobrança. Além dos pais e do companheiro, ela deixa o irmão Adriano dos Santos Nunes, 24 anos. O velório ocorre no Cemitério São Miguel e Almas, e o enterro está previsto para a tarde desta segunda-feira. A família pediu que a imprensa não acompanhasse a despedida.
Na manhã desta segunda-feira, foi realizada uma perícia acompanhada pelo pai da vítima no local do acidente. Segundo o delegado André Mocciaro, titular da 11ª Delegacia de Polícia, a investigação deve apurar as causas do desabamento.
— O que é possível identificar é que é uma obra irregular. Agora temos que aguardar e ver o que realmente ocorreu e se vai ter desdobramento penal ou não — disse.