Uma das características peculiares da capital gaúcha, o alaranjado dos táxis deve começar a sumir das ruas — lei aprovada na quarta-feira (29) pela Câmara Municipal mudou para branco a cor dos veículos em Porto Alegre.
A mudança foi uma demanda de taxistas, e negociada nos últimos meses em reuniões entre representantes da categoria, vereadores e a EPTC. O motivo é financeiro, explica Luiz Nozari, presidente do Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintáxi):
— Custa em torno de R$ 2,5 mil para colocar a cor laranja, e a desvalorização do carro, depois, chega em torno de 40%. Tu não compraria um carro vermelho, desvaloriza muito. Se eu lixo ele para pintar, já perco a garantia de fábrica. Não vale a pena.
O fim do vermelho ibérico — nome determinado oficialmente na lei que regula há anos os táxis na cidade — foi definido durante a votação do projeto da prefeitura que definiu novas regras para o serviço de transporte individual de passageiros. De acordo com o projeto, os taxistas terão dois anos para embranquecer os carros, que ficariam, segundo simulações feitas pelos próprios permissionários, parecidos com os carros que hoje atendem o Aeroporto Salgado Filho e com a frota de São Paulo.
Para entrar em vigor, o projeto aprovado precisa ser sancionado pelo prefeito Nelson Marchezan. O líder do governo na Câmara, Moisés Barboza, disse que a decisão sobre a mudança na cor veio de reuniões na EPTC com entidades de taxistas.
— A maioria dos taxistas solicitou que tivessem a cor branca. Alegaram as facilidades que existem para comprar o carro branco e adesivar. Além de ser uma concepção mais moderna, dar uma nova cara. Como era uma demanda dos taxistas, a gente teve entendimento favorável — explicou.
Táxi laranja é símbolo da cidade, mas a população vai entender
LUIZ NOZARI
Presidente do sindicato dos táxis
Nozari lembrou a competição crescente enfrentada pelos táxis — na semana que vem, a Câmara também vai votar a regulamentação do transporte por aplicativos em Porto Alegre.
— Temos que reconhecer que a concorrência tem méritos, usa bem a tecnologia. Não podemos ir contra. Temos que melhorar o serviço prestado, ter um diferencial, credibilidade, garantia. As pessoas não vão se importar em pagar um pouco mais se o serviço dos táxis for mais confiável — disse o presidente do sindicato.