
Na semana em que o Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu) analisa o reajuste da passagem de ônibus, o prefeito de Porto Alegre Nelson Marchezan defendeu novamente a redução de isenções dadas a usuários. Em entrevista ao Gaúcha+ na tarde desta terça-feira (6) que um dos fatores que impacta no aumento da passagem é a diminuição no número de passageiros pagantes.
— A diminuição (de passageiros) é de 10% por ano. Se a gente considerasse que idoso é a partir de 65 anos, e não desse isenções entre 60 e 64 anos, diminuímos R$ 0,13 no valor da passagem. Se não tivesse a obrigatoriedade do cobrador, a diminuição no valor seria de R$ 0,05 centavos ao ano. Se extinguisse todos os cobradores, seria de R$ 0,80 centavos — afirma.
O prefeito ainda relatou que foram detectados 37 mil fraudes em isenções, por meio das carteirinhas TRI. Marchezan também falou novamente sobre a situação da Carris. De acordo com ele, dos R$ 150 milhões gastos pela empresa, R$ 50 milhões são pagos pela prefeitura.
— Dos gastos, 33% são pagos pelo município. É uma análise complexa. Estamos analisando como não gastar esses R$ 50 milhões. Se houvesse a doação da Carris hoje, teríamos R$ 50 milhões a mais para colocar na segurança pública — diz Marchezan.
Falta de capina, buracos e esgoto
Quanto a questões triviais da cidade, como falta de capina, buracos nas calçadas e asfaltos e problemas nos esgotos que causam alagamentos, Marchezan afirmou que a falta de dinheiro prejudica as manutenções e consertos.
— Se a prefeitura não tem dinheiro, a máquina pública precisa estar sadia. Em Porto Alegre, está doente há muito tempo.
Marchezan afirmou que uma das principais despesas do município é a de pessoal, e que os aumentos automáticos dos servidores devem ser suspensos. De acordo com o prefeito, projetos que visam melhorar a receita do município devem ser encaminhados para a Câmara nas próximas semanas.
No ano passado, um pacote de projetos que alterava ou extinguia benefícios dos servidores públicos municipais motivou uma greve prolongada em outubro e promoveu algumas das sessões mais conturbadas na Câmara Municipal.
Conforme o diretor-geral do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Alberto Terres, a categoria tem se reunido com vereadores para pressionar contra os projetos que alterem direitos.
— Continuamos contrários a toda e qualquer retirada de direitos, porque entendemos que (a crise) é um problema de gestão. Para que a prefeitura funcione, precisa dos servidores. Não podemos ter direitos retirados por conta da má gestão do prefeito — disse.