Jederson Vaz Teixeira tomava banho quando ouviu gritos dos colegas avisando que a borracharia estava pegando fogo, por volta das 11h deste sábado, em Canoas. Às pressas, ele se vestiu e tentou sair, mas o caminho até a porta estava em chamas. A única possibilidade foi correr para os fundos, onde fica o galpão com centenas de pneus de caminhão. No entanto, não há porta, apenas duas janelas basculantes de ferro e um grande portão de carga e descarga que estava fechado. O borracheiro, de 32 anos, tentou arrancar à força o telhado de zinco, mas quanto mais no alto do galpão permanecia, mais era afetado pela fumaça tóxica da queima dos pneus.
— Gritei por socorro. Tentei estourar o zinco, mas não consegui, e a fumaça começou a vir. Achei que fosse morrer. Me lembrei da boate Kiss — relatou.
A salvação de Jederson foi que as pessoas do lado de fora usaram um caminhão para remover uma janela e liberar a passagem.
— Só fiquei tranquilo quando o caminhão arrancou a janela — conta.
Além de Jederson, que trabalha há oito anos no local, outras sete pessoas estavam em serviço no momento em que o incêndio começou. Ninguém ficou ferido. Os bombeiros levaram cerca de uma hora e meia para controlar as fortes chamas provocadas pela queima de pneus e resinas guardadas na borracharia.
Segundo outro funcionário da loja, que preferiu não se identificar, a suspeita é que o fogo tenha começado no forro, em meio à fiação elétrica.
A filha do proprietário da Borracharia e Recuperadora de Pneus Getúlio Vargas Maria Cristina de Almeida afirmou que o estabelecimento estava com todos os alvarás dos bombeiros em dia. As causas do incêndio serão investigadas.