A Fundação Thiago de Moraes Gonzaga fez, em parceria com a PUCRS, uma pesquisa sobre os hábitos de locomoção de 450 jovens e adultos de 18 a 34 anos em Porto Alegre. Boa parte deles (74%), bem jovens, até 24 anos. As conclusões do Relatório Mobilidade & Juventude, que teve apoio da Uber, trazem uma boa e uma má notícia.
A boa
79,3% dos entrevistados são totalmente favoráveis à legislação que proíbe beber. Outros 19,6% são a favor, com restrições, e só 1,1% se opõem.
Depois da chegada dos apps de transporte ao mercado, 87,2% disseram reduzir o péssimo casamento de bebida e direção.
A má
41,6% dizem que já dirigiram depois de beber. O problema são as desculpas dadas por essa parcela dos entrevistados:
"A distância entre o local onde eu estava era pequena" — 66,1%.
"Não tive outra alternativa" — 45,9%
"Conferi na internet onde estava a blitz" — 26,6%
Ou seja, se por um lado há a consciência entre os motoristas mais jovens de que é preciso combater a prática de dirigir alcoolizado, muita gente ainda faz isso. E as justificativas mostram que mais da metade não vê perigo se a distância for curta.
A chegada de apps de transporte individual pode estar sendo positiva. Quando perguntados sobre qual seria a melhor forma de voltar para casa, 85% dos entrevistados disseram ser os apps de transporte, e só 0,4% defenderam usar o próprio carro.
É preciso avançar: quase ninguém acha bom dirigir depois de beber, mas se 41,6% confessam já tê-lo feito, o recado é simples: não basta saber, tem de praticar.