Responsável pelo fornecimento e manutenção dos novos trens para a Trensurb, o consórcio FrotaPoa — formado pelas empresas Alstom, da França, e Caf (Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles), da Espanha — voltou a ser multado pela Trensurb. O motivo é mais um descumprimento do prazo de reparo dos novos veículos.
A multa aplicada agora é de R$ 4,87 milhões e corresponde a 2% do valor do contrato de compra de 15 novos trens da série A-200. O custo total foi de R$ 242,6 milhões. No ano passado, o consórcio já havia penalizado as empresas em R$ 2,43 milhões.
Os pagamentos ao consórcio estão suspensos desde abril de 2016, quando foram identificadas infiltrações nas caixas de rolamentos dos veículos pela primeira vez. O dinheiro que seria destinado ao pagamento desse contrato está empenhado e não pode ser usado para outros fins. Quanto aos valores de multas, o valor deixará de ser pago ao consórcio e retorna aos cofres da União. Atualmente, a dívida da Trensurb com os fornecedores, referente ao valor que ainda falta pagar pelos trens, é de R$ 24 milhões.
O cronograma revisado de entrega dos trens da série A-200, proposto pelo consórcio, previa a conclusão dos reparos até o dia 16 de outubro. Porém, houve descumprimento por parte do fornecedor.
No começo de outubro, nove trens série A-200 estavam sendo usados. Porém, foram identificadas mais infiltrações nas caixas de rolamentos que já haviam passado por reparo. Atualmente, apenas seis dos 15 veículos novos estão em circulação. Outros cinco só devem voltar a funcionar até o final do ano. O problema relacionado à infiltração de água nos rolamentos só deverá ser plenamente superado em abril de 2018.
A Trensurb também busca reparação dos prejuízos causados pela não circulação dos novos trens. Para suprir a demanda, a empresa pública precisa colocar todos os mais de 20 trens antigos em funcionamento. A medida causa aumento na conta de luz, pois esses veículos consomem mais energia — além de aumentar o desconforto dos passageiros, pois os veículos da série A-100 não possuem ar condicionado. Somente em 2016, o custo extra foi estimado em R$ 2,73 milhões.
O consórcio responsável foi procurado ainda pela manhã e se manifestou, por nota, no fim da tarde:
"O Consórcio FrotaPoA, formado pelas empresas Alstom e CAF, está trabalhando em estreita colaboração com a Trensurb a fim de colocar os trens de volta à operação comercial. O Consórcio FrotaPoA entregará este mês o novo cronograma para entrega dos trens."