Em um dos cenários mais bonitos do Moinhos de Vento, padece um símbolo do bairro, fechado há dois anos. A cor da réplica de moinho açoriano do Parcão já quase nem aparece, em razão de desgaste e sujeira. Algumas rachaduras também saltam aos olhos de quem observa através das grades — a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade (Smams) informou que desconhece a gravidade delas, mas vai encaminhar um técnico para avaliar.
Ponderando que é frequentadora e que adora o Parcão, a enfermeira Simone Lara, 60 anos, comenta:
— Ele está malcuidado (o moinho), realmente, não tem pintura e a gente não pode mais entrar. Mas o que não está destruído na cidade?
Até agosto de 2015, era possível conhecer o interior do moinho — privilégio que Simone teve. Ele foi projetado em 1982 para ser o prédio da administração e, desde 2004, passou a ter um papel lúdico: abrigava a Biblioteca Infantil Maria Dinorah. Após problemas de infiltração no prédio, foi fechado. A biblioteca foi realocada para uma cabana ao lado da passarela, com área muito menor, onde está até hoje. Uma parte do acervo precisou ser levada para a Biblioteca Jornalista Roberto Eduardo Xavier, também administrada pela Smams, na Avenida Carlos Gomes.
A secretaria não tem previsão para reformar o moinho. Mas as empresas que adotaram o Parcão em abril deste ano (Zaffari, Panvel, Melnick e Hospital Moinhos de Vento) garantem ter planos para o cartão-postal. A engenheira civil Cláudia Lima, que coordena o projeto na Melnick, relata que, no momento da adoção do Parcão, foram elencados serviços obrigatórios e outros complementares.
— Dentre os serviços complementares, está a reforma do moinho, a fim de reativar esse espaço tão marcante e emblemático para o parque — complementa.
Ela afirma que a prioridade é a realização de melhorias de drenagem no parque — que "ainda dependem de tratativas entre secretarias da prefeitura" —, para depois começarem as revitalizações dos espaços. Conta que será feita a limpeza e a pintura da fachada externa do moinho, reforma do telhado, melhorias nas instalações elétricas e hidráulicas, reforma dos banheiros e revitalização do espaço interno, incluindo a restauração do piso e das escadarias de madeira. A data não está definida, mas a previsão é de iniciar as obras no primeiro trimestre de 2018.
Cláudia afirma que o plano da revitalização do Moinho inclui a realocação da Biblioteca Maria Dinorah para este espaço.
— Mas esta é uma decisão que está no escopo da prefeitura e não temos certeza se será realocada por inteiro — comenta.
A Smams afirma que não há definição sobre a mudança da biblioteca.
Desde que as empresas adotaram o espaço, já foram feitas a reforma das lixeiras e bebedouros, revitalização e pintura dos bancos, troca da comunicação visual, reforma do boulevard, revitalização das quadras esportivas, pintura da pista de patinação e dos corrimãos, reforma e pintura dos brinquedos, conserto de parte dos caminhos de basalto, revitalização dos espaços em pedras portuguesas e implantação de novo paisagismo em diversos espaços. Ainda estão previstas repavimentação dos caminhos em saibro, drenagem, reforma do alojamento dos funcionários e dos banheiros públicos e revitalização da tirolesa.