Com menos de um terço das bicicletas disponíveis atualmente, o BikePoa promete iniciar na quarta-feira (15) a transição do sistema, com novas bicicletas e estações mais modernas.
As mudanças chegam meses depois de os usuários começarem a perceber a escassez de bikes nas estações de Porto Alegre, mas não significam a resolução imediata do problema: a implantação total do novo BikePoa só deve ser concluída no fim de 2017.
Conforme a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), atualmente apenas 130 das 400 bicicletas originais estão distribuídas entre as 41 estações de Porto Alegre. Após o anúncio da transição do sistema, bicicletas que apresentaram problemas não foram mais repostas. A justificativa é que os dois sistemas, o atual e o novo, são incompatíveis.
A drástica redução no número de bikes disponíveis causou estranhamento entre os usuários. Acostumado a utilizar o sistema semanalmente para realizar um trajeto entre o trabalho, na Região Central, e sua casa, na Zona Sul, o advogado Tiago Aquines tem passado por experiências inglórias com o serviço nos últimos meses.
— Na semana passada, fui às estações da Justiça Federal, do Ministério Público, do Tribunal de Justiça, do Centro Administrativo e do Praia de Belas. Só encontrei uma bicicleta, no Centro Administrativo, e estava estragada: tentei quatro vezes e não consegui liberar. Está cada vez mais difícil de conseguir bicicletas. Falta manutenção, falta qualidade — relatou.
Na quinta-feira, não foi diferente. No fim da tarde, depois de rodar por três estações, sem sucesso, o advogado chegou ao Largo Glênio Peres, onde pelo menos outros três usuários aguardavam por bicicletas. Às 17h desta sexta, o cenário era ainda menos animador. Das 41 estações mostradas pelo app, mais da metade não tinha nenhuma bicicleta — quase todas na Região Central.
Como não haverá comunicação entre os sistemas antigo e novo, as bicicletas e estações atuais serão retiradas quando começar a instalação das novas, no feriado. A EPTC garante, no entanto, que o serviço não será paralisado para a operação.
O novo modelo de bicicletas de aluguel foi apresentado à imprensa em junho, em São Paulo — à época, sem data para implantação. Em agosto, ele foi apresentado em Porto Alegre, já com a previsão de início marcada para novembro.
Diferentemente do que ocorre hoje, o pagamento pelo aluguel das bicicletas no novo sistema poderá ser feito de diferentes formas. Além da possibilidade de realizar o procedimento pelo aplicativo, como já funciona atualmente, um totem nas estações permitirá que qualquer pessoa retire uma bicicleta pagando com cartão de crédito. Além disso, passes semestrais e anuais serão vendidos mediante um cadastro em pontos físicos instalados pela cidade e aceitarão pagamento em dinheiro.
Quem costuma utilizar as bicicletas cor de laranja para se deslocar pela cidade também deve sentir nas pernas a diferença com a mudança das bikes. O novo modelo, fabricado pela canadense PBSC, que alimenta os sistemas de cidades como Melbourne, Londres e Toronto, promete ser mais confortável e eficiente que o atual, marcado por problemas.