Ao circular pelas ruas de Porto Alegre é possível notar a grama alta que toma conta de calçadas e canteiros. Desde o início do ano, a prefeitura vem enfrentando problemas para executar o serviço de capina, que chegou a ficar parado de janeiro a março por falta de pagamento à empresa Ecopav, responsável pelo trabalho à época. Há sete meses, um contrato emergencial foi assinado para atender à demanda do município, mas o período de validade expirou em setembro. Sem a manutenção da capina, o mato das ruas vai crescendo até que uma nova empresa seja contratada para executar o serviço.
Um edital para contratação do serviço foi divulgado em 10 de outubro. Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Surb) informa que “o serviço de capina está paralisado, até findar o processo licitatório ou em caso de judicialização será utilizado o contrato emergencial já realizado (201/2017), visando não punir a cidade com a não realização dos serviços”.
A expectativa é de que a capina seja retomada até a segunda quinzena de novembro, se não houver recursos. A pasta ressalta que desde 2011 não há contrato de licitação vigente para capina devido a judicializações, “sendo nesta oportunidade a chance de que isso venha a ser colocado em prática após tantos anos de contratos emergenciais”.
Conforme a Surb, o corte de grama – serviço mais superficial – segue realizado normalmente, uma vez que integra o contrato de limpeza da cidade. No que se refere a praças, o contrato foi renovado na última segunda-feira, ficando sob responsabilidade da Cootravipa durante de 12 meses.
Enquanto isso, nas calçadas, grama e mato ocupam os espaços de pedestres, por vezes invadindo as vias. É o caso da Rua Frederico Mentz, no bairro Farrapos, zona norte da Capital.
— Faz muito tempo que está assim. A grama cresce e ninguém vem aparar. Fica esse mato. É horrível — comenta Mariane Barbosa, moradora da região.
Próximo à Avenida Sertório, também na Zona Norte, o verde predomina na Avenida Mena Barreto, não só pelas árvores, mas pelo mato alto que ocupa o canteiro que divide a avenida e também ocupa a calçada. O cenário é mais precário na Rua Piraju, que faz esquina com a Mena Barreto: pelo menos metade da calçada de uma quadra está com o caminho de pedestres todo tomado pelo capim.
A própria Sertório tem grama por fazer em alguns pontos. É o caso do trecho entre a Rua Avaré e a Avenida Polar. O mato compete por espaço com poste e parada de ônibus, em cima e no entorno da calçada. Também há grama alta no canteiro que separa os dois sentidos da avenida.
Na Zona Sul, às margens do Guaíba, a avenida que leva o mesmo nome indica que a capina não é feita há algum tempo, próximo à Praça Araguaia.
Um trecho de calçada da Rua Chavantes com a Praça Araguaia, próximo à Avenida Guaíba, está tomado por mato. A grama por fazer invade o caminho e cresce entre pedras de concreto, remetendo a um cenário de descaso. A poucos passos, a praça do local também tem grama alta, como se há um bom tempo ambos os espaços não conhecessem uma máquina de poda e corte.