A agente de trânsito da EPTC Taís Vitto, 29 anos, relatou nesta quarta-feira (11) os momentos de pânico após um motorista tentar agredir a trabalhadora e uma colega com um cone de sinalização na tarde de terça, na zona sul de Porto Alegre.
Em entrevista ao programa CBN Porto Alegre, ela afirmou que teria sido golpeada no pescoço se não tivesse fechado o vidro da viatura.
– Graças a Deus o vidro estava fechado. Se tivesse aberto, teria quebrado meu pescoço – afirmou.
Taís e outra colega, uma agente de 50 anos que não teve o nome divulgado, trafegavam pela Rua Múcio Teixeira, no bairro Menino Deus, quando abordaram o condutor de um veículo que estava estacionado sobre a calçada.
Conforme a Polícia Civil, o homem teria se alterado após ser informado que deveria retirar o carro do local. Ele se dirigiu até a viatura e, utilizando um cone de sinalização, bateu contra o vidro do passageiro, onde estava Taís.
De acordo com a agente, o homem, acompanhado de mais duas pessoas, ainda seguiu a viatura por algumas quadras da região.
As funcionárias da EPTC informaram colegas sobre a situação e a Brigada Militar foi acionada. Momentos depois, o agressor, identificado como Sérgio Soares de Moraes, 37 anos, foi localizado e conduzido à 2ª Delegacia de Polícia da Capital.
Ele foi autuado em flagrante pelo crime de dano ao patrimônio público e foi encaminhado ainda na noite de terça-feira ao Albergue Pio Buck.
Apesar de ter sofrido tentativa de agressão física pela primeira vez, Taís relata que as ofensas verbais e a sensação de medo são frequentes nos cerca de cinco anos em que trabalha na EPTC.
Para ela, além da indisposição de alguns motoristas com os agentes, o machismo também está presente nas reações de parte dos condutores.
– O pessoal fala palavras de baixo calão a todo momento e não aceita que são mulheres. Eles têm preconceito com isso. Imagine duas mulheres onde tem dois ou três rapazes. Parece que muda a situação. Para nós, no dia a dia, é muito difícil – declarou.
Ainda segundo Taís, outros colegas relatam diariamente situações de ofensas e ameaças no trânsito:
– No mesmo dia (terça-feira), um colega que estava na Avenida Campos Velho (bairro Cavalhada), sofreu ameaça de um motorista que passou pela via. A gente fica sempre muito preocupado. É sempre assim. Nossa intenção é ajudar, mas muitas pessoas não veem assim – relatou.