O fim de semana será marcado pela falta da coleta de lixo seletivo e da limpeza de praças em Porto Alegre. A prefeitura da Capital e a Cootravipa, responsável pelo serviço, ainda não resolveram o impasse que envolve atrasos no pagamento à cooperativa. A empresa paralisou as atividades na última quarta-feira (4) devido ao problema.
Desde então, os garis cruzaram os braços e o lixo reciclável não é recolhido nas ruas de Porto Alegre. Por dia, as equipes fazem, em média, 30 viagens para recolher os resíduos seletivos na Capital. Quem circula pela cidade, começa a notar nas calçadas o acúmulo de sacos de lixo em alguns pontos da área central.
— O Departamento Municipal e Limpeza Urbana (DMLU) está atuando, de forma emergencial, em locais específicos, como em hospitais e postos de saúde. Uma medida mais radical só será tomada na semana que vem, caso o problema do pagamento não seja resolvido rapidamente — explicou o secretário de Serviços Urbanos de Porto Alegre, Ramiro Rosário.
Rosário ressalta que o DMLU já notificou três vezes a Cootravipa pela paralisação das atividades. O entendimento da prefeitura é de que, por uma questão contratual, o serviço só pode ser cortado pela cooperativa se o pagamento não for realizado em um prazo máximo de 90 dias. A última parcela deveria ter sido paga no dia 28 de setembro, segundo cronograma do Executivo.
Nessa sexta-feira (6), terminou sem acordo uma reunião entre representantes da Procuradoria-Geral do Município, Secretaria Municipal da Fazenda e da Cootravipa. A presidente da empresa, Imanjara Marques de Paula, afirma que a expectativa era de que a prefeitura pagasse pelo menos parte do valor que deve para que os trabalhos fossem retomados parcialmente, mas não houve consenso.
A cooperativa reivindica pagamentos atrasados que somam R$ 1,63 milhão, referentes a parcelas de agosto, que venceram em setembro. A Cootravipa afirma que a situação é insustentável e que não há dinheiro para colocar combustível nos caminhões, nem para pagar fornecedores. Ainda há um passivo de 2016, no valor de R$ 4,70 milhões.
Uma nova reunião entre a prefeitura e a Cootravipa será realizada na próxima segunda-feira (9).
Problema foi parar na Justiça
Na quinta-feira (5), a 18ª Vara do Trabalho de Porto Alegre deu prazo de cinco dias para que o DMLU se manifeste no processo ajuizado pela Cootravipa. A cooperativa entrou com mandado de segurança pedindo o repasse das verbas atrasadas. Depois de ouvir as partes envolvidas, o juiz vai decidir sobre a ação.
O que a população pode fazer
Enquanto o serviço de coleta seletiva não for retomado em Porto Alegre, a prefeitura orienta que os moradores levem os resíduos até um ponto de coleta, os conhecidos Ecopontos. A lista das unidades pode ser conferida aqui. Se isso não for possível, o lixo deve ser mantido em casa.
Os demais serviços do DMLU seguem operando normalmente, como a coleta domiciliar de lixo orgânico.