Foi por pouco que Graciela Paola Camerini, 46 anos, não foi atingida por uma árvore na noite de domingo (1º). Era perto das 19h30min, quando o temporal que atingiu Porto Alegre se intensificou e o vegetal desabou sobre sua casa, na Rua Orfanotrófio, caindo sobre a mesa da sala de jantar, local que ela tinha deixado segundos antes.
— Recém tinha levantado da mesa. Se eu estivesse sentada, teria caído galho em cima de mim. Foi como se o mundo todo tivesse vindo por cima de mim. Era chuva, era árvore, era telha, era tudo — conta Graciela, abalada com a situação, que até agora não foi resolvida.
A árvore em frente a casa já era motivo de preocupação para os moradores. Conforme o irmão de Graciela, Alessandro Leonardo Camerini, 43 anos, o acidente poderia ter sido evitado: a família abriu chamado junto à Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Smams), mais de uma vez, para pedir o corte.
— Nós temos vários protocolos, é uma árvore muito antiga e tínhamos medo que algo pior acontecesse, mas nunca vieram aqui. Já tinham caído alguns galhos outras vezes, mas nada comparado ao que aconteceu ontem — conta Camerini.
A família passou a noite com medo. A árvore quebrou o portão e está no meio da casa, deixando o local inseguro. Logo após a queda, eles entraram em contato com os bombeiros, a prefeitura e a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), mas os órgãos não podiam atender a ocorrência no momento.
— Nos falaram que estavam socorrendo vítimas e não nos deram nenhuma previsão. Mas a árvore está dentro de casa e, como não tem segurança, ninguém foi trabalhar porque estamos com a casa aberta — lamenta Graciela.