É proveniente de atividade criminosa o descarte de óleo no Guaíba que colocou moradores e autoridades em alerta do fim de semana, segundo a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). O problema exigiu ação rápida das autoridades, que, na tarde de domingo, colocaram mantas de absorção no local para conter o vazamento.
Conforme apurado pelo órgão estadual, o produto foi despejado no curso d'água por um morador da Ilha da Pintada, no sábado, oriundo da limpeza de um caminhão limpa-fossa. Esse tipo de atividade, segundo a Fepam, deve ser executada por empresas especializadas, com local para tratamento de resíduos. Mas esse pode não ser o único problema detectado pelos órgãos ambientais. O material que chegou ao Guaíba, um tipo de óleo lubrificante, não pode ser transportado por esse tipo de caminhão – há veículos especializados para realizar esse trabalho.
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Os órgãos ambientais já identificaram o suspeito, que ainda não foi localizado, e a empresa proprietária do limpa-fossa, que também deverá ser autuada. Apesar da poluição, que atingiu uma área próxima da Ilha da Pintada, onde foram instaladas barreiras de contenção, os resíduos despejados no Guaíba não devem apresentar impactos para o consumo.
– Não é um desastre ecológico nem deve alterar a qualidade da água, mas causou transtornos. E isso sempre causa problemas para algum ser vivo. Mas é uma questão local, e está controlada agora – assegurou o chefe da divisão de emergências da Fepam, Vilson Trava Dutra Filho.
O órgão ainda não sabe qual a quantidade de óleo que atingiu a região – até agora, acreditam que não tenha sido uma quantia significativa. Conforme a Fepam, cerca de 100 embarcações foram atingidas pela substância, cuja maior concentração foi identificada em uma boca lobo próxima ao cruzamento da Rua Oscar Schmitt com a Avenida Nossa Senhora da Boa Viagem. Os proprietários estão sendo orientados a efetuar a limpeza com empresas que tenham separadores, para evitar novo risco de contaminação.
Entre segunda e terça-feira, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) deve efetuar a limpeza da tubulação na Ilha da Pintada. Após esse trabalho, os resíduos contidos na barreira devem ser recolhidos pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) e destinados ao local adequado. Por fim, uma nova barreira de contenção deve ser instalada por um período de 24 horas para aglutinar possíveis resíduos – e novamente recolhida.
O caso foi denunciado aos órgãos ambientais no sábado, por meio do 190 – número telefônico disponível para emergências policiais. Conforme as primeiras informações fornecidas às autoridades, os resíduos estavam bloqueando a saída de esgoto, o que provocou forte odor e criou uma mancha preta nas águas do Guaíba na área.
A ação para frear o avanço do óleo contou com a participação de equipes da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade (Smams), do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul, da Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul (Fepam-RS), da Defesa Civil, da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Surb), do Centro de Relações Institucionais e Participativas (Crip) Ilha e da Guarda Municipal.