Descontroles no DMLU estão na mira da nova administração desde fevereiro, quando o secretário de Serviços Urbanos, Ramiro Rosário, determinou uma série de medidas para corrigir procedimentos no departamento. Desde então, já passaram pelo órgão dois diretores-gerais - um foi demitido e outro alegou "motivos pessoais para sair" - e há em andamento investigações na Polícia Civil e no Ministério Público. Nesta quarta-feira, a Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública e Ordem Tributária desencadeou a Operação Res Nullius, que apura o desvio de 763 itens doados ao DMLu pelo Tribunal de Justiça. Abaixo, confira trechos da entrevista do secretário:
Qual sua avaliação das suspeitas investigadas pela operação deflagrada hoje no DMLU?
Estamos acompanhando os desdobramentos e seguiremos contribuindo com as investigações.
O que está acontecendo no DMLU, que já trocou de diretor-geral duas vezes e segue sendo alvo de investigações?
Espero que agora o diretor fique. O Renê (o engenheiro Renê José Machado) é do quadro, muito experiente, fez um trabalho importante no DEP após denúncias no ano passado. O troca-troca é muito mais uma questão de gestão. Não há nada a esconder nesse sentido. Foi uma questão de perfil de gestão, a gente espera que o DMLU possa fazer muito mais. A decisão do Adenir (Adenir Matos dos Santos, que ficou por 45 dias no comando do órgão) foi de cunho pessoal. A do Álvaro (Álvaro de Azevedo, que dirigiu o DMLU até junho, quando foi demitido) foi uma questão de gestão. Ele deu contribuição importante e segue sendo parceiro da administração.
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Em fevereiro, o senhor anunciou pelo Twitter uma série de medidas de controle no DMLU. Qual foi o resultado?
Foram 60 dias de trabalho da equipe de Recursos Humanos do DMLU. Foi feito um recadastramento de todos os servidores. Foram revisados fluxos de trabalho, a otimização do uso de veículos, inclusive, caminhonetes que não precisariam estar em algumas seções foram remanejadas. Alguns contratos de aluguel de veículos não foram renovados. Foi revisado o uso de veículos por diretores. Houve diminuição de horas-extras.
Tinha excessos?
Havia. Não irregulares, mas se buscou otimizar, fazer com que tivesse bom senso no uso de horas-extras e do banco de horas. Os celulares, 90, também foram todos recolhidos. Alguns se devolveu por constatar a necessidade, principalmente nas seções e do pessoal que trabalha no transbordo.
Ano passado, também foi descoberta fraude na coleta do lixo, que é investigada pelo Ministério Público. Agora, depois das trocas e medidas adotadas, o senhor diria que o DMLU está sob controle?
A busca pelo controle é permanente. Cabe ao gestor estar atento ao cumprimento dos contratos e ao bom uso da máquina pública.