Pouco mais de uma hora após a prefeitura de Porto Alegre informar à imprensa de que Clàudio Janta (SD) não seria mais o líder do governo na Câmara Municipal, o vereador conversou com ZH e se disse surpreso com sua destituição do posto.
– Estou recebendo a notícia pela imprensa. É uma opção do prefeito: ele escolhe o líder, ele escolhe os secretários. O que posso te dizer? Cumpri meu papel enquanto exerci a liderança. O que me foi delegado de projetos, de encaminhamentos, obtive êxito – disse o parlamentar, que será substituído por Moisés Barboza (PSDB), até então vice-líder.
Leia mais:
Fim da segunda passagem gratuita é "simplista", Vanderlei Cappellari
Mesmo com redução de isenções, passagem pode chegar a R$ 4,40 em 2018
MP de Contas questiona se fim da segunda viagem gratuita reduzirá passagem
A saída do político do Solidariedade da liderança no Legislativo já havia sido ventilada devido à sua contrariedade em relação a projetos de Nelson Marchezan enviados à Câmara. No último fim de semana, a discordância ficou ainda mais explícita: Janta ingressou na Justiça contra o município buscando manutenção da gratuidade, total ou parcial, da segunda passagem de ônibus. Fez isso antes da própria oposição, que buscou o Judiciário na segunda-feira.
– Na questão do transporte, nos comprometemos a não mexer na segunda passagem. Tentamos, eu e outros lideres, que o prefeito revogasse esse decreto. Estamos tirando direitos das pessoas, indo contra uma licitação. E quem vai pagar a conta é a população de Porto Alegre – disse Janta.
A ação popular, protocolada no plantão da Justiça Estadual com pedido de liminar, não foi deferida. O juiz Sidinei Brzuska, ao avaliar que o pedido do vereador não descrevia "a atual composição do cálculo da tarifa e nem o impacto que terá o término da isenção da gratuidade", optou por ouvir a administração municipal antes de decidir. A ação foi distribuída para a 5ª Vara da Fazenda Pública do Foro Central.
Para Janta, Marchezan "foi mal assessorado quando propôs retirar a segunda passagem". Mas o vereador prometeu votar a favor de bons projetos enviados pelo prefeito:
– Ao que for bom do governo, serei um apoiador. Ao que for de encontro aos interesses da população, como a questão da segunda passagem, vou manter a minha coerência e ser contra.
