Apesar de ter sido encaminhado à Câmara Municipal em período de recesso, o pacote para reduzir isenções em tarifas de ônibus já está gerando divergências entre os vereadores. As propostas preveem o fim da gratuidade a idosos entre 60 e 64 anos, limitação para passagem escolar, desobrigação da presença de cobradores nos ônibus, aumento da vida útil dos veículos, entre outras propostas. Veja o que dizem Fernanda Melchionna (PSOL), líder da oposição, e Clàudio Janta(SD), líder do governo na Câmara sobre alguns dos tópicos:
Fim da gratuidade a idosos entre 60 e 64 anos
Melchionna: acredita que o fim da gratuidade para usuários de entre 60 e 64 anos atingirá "justamente a população de baixa renda".
Janta: não declarou opinião, apenas disse que a "prefeitura mandou projeto para a Câmara discutir".
Limitação do passe escolar a estudantes de famílias com renda de até três salários mínimos
Melchionna: "Não tenho nenhuma dúvida de que vai colaborar com a evasão escolar", disse a vereadora.
Janta: ressaltou que acha "importante" o critério por renda familiar.
Desobrigação da presença de cobradores nos ônibus
Melchionna: diz que tende a "fomentar o desemprego em um momento de crise econômica" e defende que os cobradores têm "papel para auxiliar no trajeto, auxiliar a população e ajudar, por exemplo, na entrada de cadeirantes.". Ela também aborda a questão de que nem todos os usuários de ônibus tem Tri, dizendo que ela mesma costuma andar de transporte público e não tem o cartão.
Janta: o vereador se diz defensor da profissão e afirma que o projeto apenas "tira os cobradores quando não há necessidade". Ele não prevê grandes problemas da proposta em dias de passe livre, e ressalva que será necessário acompanhar se a população vai se adaptar sem poder usar dinheiro em madrugadas e domingos, por exemplo.
Aumento da vida útil dos veículos
Melchionna: cita a proposta como um "presente ao empresário", ressaltando que já ocorre "uma série de denúncias sobre sucateamento dos ônibus."
Janta: na avaliação de Janta, o projeto deve ter muita discussão. Ele ainda não se posiciona sobre o tópico.
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O que diz a EPTC
Para a EPTC, autora do conjunto de propostas, o polêmico pacote de medidas é um "enfrentamento necessário" para conter o aumento da tarifa:
– Alguém tinha de comprar essa briga. Queremos que a votação ocorra o quanto antes, para poder começar a colher antes do próximo reajuste – diz o diretor-presidente, Marcelo Soletti.
O projeto foi enviado no final da tarde de segunda-feira (24) à Câmara e vai ser apregoado em plenário assim que terminar o recesso – as atividades serão retomadas no dia 1º. Clàudio Janta afirma que o projeto deverá cumprir os trâmites normais da Casa e acredita que a votação ainda levará alguns meses, mas deve ocorrer neste ano. Ele assegura que deverá haver audiência pública para tratar do assunto.