Com uma vista única da Redenção, o espaço que um dia abrigou o Café do Lago definha com o abandono. A pequena edificação, vazia há mais de dois anos, está pichada, já não tem mais janelas e teve pedaços da parede arrancados. Cabos pendem do teto e, em seu interior, há um forte cheiro de urina. No deque de madeira, há tábuas quebradas, o que pode representar perigo para quem se arrisca a ir até lá – o local não está mais isolado.
Fazia tempo que a dona de casa Luciana Duarte da Rosa, 32 anos, não ia ao local, e se decepcionou assim que viu:
– Eu cheguei e foi a primeira coisa que olhei: cadê o café? Levei um susto. Era tão bonito, a gente gostava de vir – conta.
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A professora Maria Alice Moura, 36 anos, que frequentou o local há mais de 15 anos, também ficou desapontada:
– Está tudo abandonado. A Redenção não tem mais aquele charme que tinha antigamente, e o café é um excelente exemplo disso.
– É menos um local na Redenção para frequentar com a família – queixa-se também o auxiliar de produção Cláudio Soares, 46 anos.
O último permissionário havia ocupado o espaço por menos de um ano, fechando o café em setembro de 2014. Na época, afirmou a ZH que o negócio não era viável economicamente. O termo de uso foi rescindido em outubro do ano passado, segundo a Procuradoria Geral do Município, e a nova administração ainda não decidiu que destino dará ao espaço. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade afirma que "reavaliará a situação nos próximos meses".
Construído em 1935 para a mostra que comemorou os cem anos da Revolução Farroupilha, a estrutura já serviu também para aluguel de bicicletas e ancoradouro de pedalinhos. O estudante Lucas Kurz, 22 anos, de Pelotas, que estava conhecendo o parque na tarde desta segunda, não fazia ideia da história por trás da estrutura abandonada, nem mesmo que já foi um charmoso café.
– Seria útil (reativá-la), principalmente para turistas. Certamente, eu usufruiria do espaço – relata.