Pela primeira vez em pelo menos 10 anos, os táxis podem não passar por um reajuste anual na tarifa em Porto Alegre. A possibilidade é aventada pelo presidente do Sindicato dos Taxistas da Capital (Sintáxi), Luiz Nozari. Segundo ele, desde 2008 – quando foi publicada uma lei municipal prevendo reajuste com base no IGP-M a cada, no mínimo, 12 meses – o aumento dos preços tem sido necessário.
Neste ano, porém, em função da crise econômica e da forte concorrência de empresas de transporte individual que utilizam aplicativos, como Uber e Cabify, a categoria pode congelar os preços na tentativa de se manter competitiva. Se os custos se mantiverem no padrão atual e a perspectiva de inflação continuar em baixa, talvez os taxistas não cobrem um reajuste que, preveem, poderia afastar ainda mais clientes dos táxis.
Leia mais:
Aplicativo dará desconto de 50% nas corridas de táxis a partir de segunda-feira
Shopping da Capital poderá receber posto de emissão de passaportes
– Neste ano, nós vivemos uma situação atípica. Se as circunstâncias, lá em abril (quando se completam 12 meses do último reajuste) forem as mesmas de hoje, e o reajuste ficar em torno de 5%, eu vou aconselhar o pessoal a não pedir. Não vale a pena. Teríamos muito mais prejuízo – avalia o presidente do Sintáxi.
A posição não é definitiva: Nozari diz que tudo pode mudar até abril, e mesmo depois desse período o sindicato ainda poderia cobrar um reajuste, já que não há uma data limite para a mudança. A intenção também está condicionada à manutenção do preço dos combustíveis: se aumentarem acima de 8%, deverão levar a um reflexo no taxímetro.
O objetivo, porém, não é de cobrar mais dos clientes. O sindicato dos taxistas anunciou que, a partir de segunda-feira, passará a oferecer 50% de desconto nas corridas solicitadas pelo aplicativo do Sintáxi. Dependendo dos resultados até o final de fevereiro, quando está previsto o fim da proposta, a promoção pode acabar se estendendo, ainda que com um desconto menor.