É tempo de piquetes no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. Mostramos o que foi preciso para que o Terra Gaúcha, por exemplo, ficasse pronto. Na construção, foram usadas 500 peças de costaneira para as paredes e 150 tábuas no assoalho. Durante o mês de setembro, o piquete ocupa o terreno 300 do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, em Porto Alegre. O local, de 8,5m por 10,5m, sem divisórias e com uma varanda, torna-se ponto de encontro de um grupo de 17 membros fixos e um número variável de convidados que se reúnem em volta das churrasqueiras de tonel.
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Até a inauguração, no último dia 3, foi necessário muito trabalho. À frente, esteve o patrão, o funileiro Gilberto dos Santos Ferreira, 54 anos – é ele que sabe as medidas, o material necessário e o que sobrou dos anos anteriores. No dia 20 de agosto, desembarcou no Parque da Harmonia com madeiras e telhas para erguer a sede da entidade. Para pregar as paredes e o assoalho, o esforço começava por volta das 8h e ia até a noite, com revezamento de quatro pessoas durante a semana e seis nos finais de semana.
– Trabalhamos com pouca gente. Então, os que têm tempo vêm dar umas marteladas – disse Gilberto, enquanto finalizava as paredes em uma tarde de agosto.
A chuva do primeiro fim de semana atrapalhou a montagem. Na semana passada, o mau tempo impactou menos, pois o telhado estava pronto, e os organizadores puderam se concentrar nos trabalhos internos.
– Durante o acampamento, acho que umas 300 pessoas passam por aqui diariamente. Vem o pessoal do piquete, os amigos e os amigos dos amigos – conta o auxiliar de produção Fabricio de Souza Ferreira, 31 anos, filho de Gilberto e capataz do Terra Gaúcha.
Entidade está no parque há 16 anos
O Piquete Terra Gaúcha teve origem há 16 anos e, desde o início, é montado no mesmo terreno. Quando o Acampamento Farroupilha acaba, o material é levado para o sítio de um integrante, em Águas Claras (Viamão), onde fica armazenado em área coberta.
– Algumas coisas estragam, como telhas que quebram, e temos que comprar novamente. Não dá para aproveitar tudo – relata o patrão do piquete, Gilberto dos Santos Ferreira.
Ele começou a acampar no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho há três décadas e participou de outras entidades antes de criar o Terra Gaúcha. Apesar de setembro ser o ponto alto do ano, as atividades se estendem por meses, em que são promovidos eventos e idas a rodeios, inclusive para arrecadar o dinheiro gasto para a montagem do acampamento.
A construção
1) O primeiro passo é colocar os esteios, que vão dar a sustentação à construção. Como o terreno é muito úmido, na sequência é feito o assoalho, que facilita a colocação das madeiras que formam as paredes.
2) Depois, são erguidas as paredes de costaneira e instaladas as aberturas em cada uma delas.
3) A terceira etapa é a colocação do telhado formado por telhas de zinco. Com ele pronto, fica mais fácil dar os arremates.
4) Por último, é feito o trabalho interno: instalação de redes elétrica e hidráulica, colocação de móveis (como mesas, balcão e eletrodomésticos) e decoração, inspirada nos tradicionais galpões de estância.