Ensolarado e com temperatura agradável, o 20 de setembro confirmou o caráter democrático do Acampamento Farroupilha. No último dia do evento, o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho recebeu gente de todas as idades e classes sociais. Passaram por lá os que vestem pilcha e os que usam jeans, quem toma chimarrão e quem prefere cerveja, os que cultuam as tradições e os que estavam só a passeio.
Em um ano de crise financeira, esta edição alcançou o recorde de público. Passaram pelo Harmonia aproximadamente 1,3 milhão de visitantes. Isso significa 100 mil a mais do que em 2015 e 300 mil além de 2014.
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– Na crise se cresce, se acha alternativas. Oferecemos à população momentos de lazer, de reverenciar a sua identidade regional gratuitamente. Convivem na santa paz várias gerações, não interessa o tipo de camada social, todos são bem recebidos – afirma o presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Nairioli Antunes Callegaro.
Quem aproveitou a tarde com termômetros marcando em torno de 20°C foram o chefe de cozinha Marcelo Pacheco, 47 anos, e o policial militar Roberto Taborda, 60 anos. Concunhados, levaram a família para saborear costela à sombra da área de churrasqueiras.
– Não somos de piquete, então preferimos vir para esse espaço. É bom, tranquilo e tem segurança. Seria melhor se também tivesse uma cobertura – conta Pacheco, que além da churrasqueira de tonel, levou cadeiras de praia.
– Aqui, podemos trazer a nossa própria bebida, não precisamos comprar em piquete – acrescenta Taborda.
Presença recorrente nos acampamentos, Ubiratan Sott da Silva, 32 anos, chegou de Ivoti pela manhã para prestigiar o desfile e, depois, foi assar o churrasco no Harmonia na companhia dos pais, da mulher e de uma amiga.
– Aqui, o melhor é a integração. Quando não tem churrasqueira para todo mundo, é só conversar que se consegue um espaço para colocar os espetos – conta o soldador, que aprecia as tradições e anda pilchado no dia a dia.
As estudantes de Biomedicina Ana Basso e Jessye Ferraz, ambas de 19 anos, foram passar a tarde de céu limpo no Acampamento, como haviam feito em outras edições. Já os pequenos Guilherme, seis anos, e Juliana, um ano, estrearam ao lado dos pais Noisete, 40 anos, e Ricardo Luz, 34 anos.
– Trouxemos eles para que conheçam a tradição. Espero que sigam – torce Ricardo.
Fundador do piquete Querência do Peão, há 19 anos, Fabiano Maestri percebe o crescimento do público no local.
– É um efeito corrente. Fundei o piquete com meu pai, um tio e um amigo. Ano a ano, vem mais gente para cá. Durante a semana, passam umas 150 pessoas. Nos fins de semana, cresce mais ainda – diz o motorista de 42 anos.
Para os postulantes à prefeitura e à Câmara Municipal, o feriado também foi dia de buscar votos. Tanto os que usam pilcha quanto os que preferem camiseta polo passaram por piquetes, cumprimentaram visitantes e distribuíram panfletos.
Confira fotos do último dia de Acampamento