Munidos de panfletos, camisetas e uniforme, aproximadamente 60 mil civis e militares saíram às ruas de todo o Estado na manhã deste sábado para tentar vencer a guerra contra o Aedes aegypti, mosquito que está proliferando de forma acelerada dengue, chikungunya e zika vírus.
Todos os municípios gaúchos foram convocados para a mobilização nacional, chamada de Dia D de combate ao mosquito. Mas ela não vai parar por aqui. Os agentes continuarão fazendo visitas a casas – com ou sem autorização do dono – e também irão às escolas.
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– A gente cria dentro de casa um mosquito que pode te matar, que pode causar microcefalia. Precisamos todos nos engajar – alertou o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, que esteve na Capital e participou, ao lado do governador José Ivo Sartori e do prefeito José Fortunati das primeiras visitas no bairro Partenon.
No total, 11 bairros da Capital estão sendo visitados ao longo do dia: Sarandi, Cristo Redentor, Três Figueiras, Independência, Floresta, Centro, Petrópolis, Bom Fim, Bela Vista, Partenon e Chácara das Pedras.
A casa de Vitor Antônio Alves Simões Pires, 12 anos, foi vistoriada no início da manhã, no Partenon. Logo no pátio de entrada, uma piscina de plástico parcialmente cheia chamava a atenção. Os agentes fizeram uma vistoria e reforçaram as medidas de preocupação, mas Vitor foi mais rápido:
– Ontem (sexta-feira) eu vi que tinha umas larvinhas na piscina. Chamei meu pai e a gente matou as larvinhas. Depois, cobrimos a água com um plástico – contou o menino, orgulhoso.
Em São Leopoldo, um dos municípios prioritários na Região Metropolitana, o secretário de Atenção à saúde do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame acompanhou o início da ação no bairro Feitoria, junto ao prefeito Aníbal Moacir da Silva e uma equipe da Vigilância em Saúde. Cerca de 500 militares foram convocados com o objetivo de visitar entre 10 mil a 15 mil casas na cidade para a distribuição de panfletos e conscientização da população.
Segundo a bióloga Cíntia Cristina Hartmann, do Centro de Vigilância de Saúde, o município tem infestação do mosquito Aedes agypti, e atualmente, quatro casos suspeitos de dengue estão sob investigação no município. Não há nenhum registro de casos autóctones – contraídos no local – na cidade.
Ainda pela manhã, o secretário estadual de Saúde, João Gabbardo, anunciou a suspensão de uso do larvicida Pyriproxyfen no Rio Grande do Sul. A medida é de precaução, já que o produto é suspeito de ser causador de microcefalia.
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