Com 2016, nasceu uma nova crise no Oriente Médio. No dia 2 de janeiro, a Arábia Saudita anunciou a execução de 47 pessoas, acusadas de "terrorismo", a maioria dissidentes políticos. O número já sugere que a Arábia Saudita vai intensificar a escalada da aplicação de pena de morte que se viu desde a posse do rei Salman (veja quadro), mas havia outra questão crucial envolvida: entre os mortos estava Nimr al-Nimr, clérigo xiita e ferrenho crítico das autoridades sauditas. Tal anúncio provocou uma série de protestos no Irã, de maioria xiita, nos quais a embaixada saudita em Teerã e o consulado em Mashhid foram parcialmente destruídos. Como resultado, no dia 3, a Arábia Saudita retirou seu embaixador e rompeu relações diplomáticas com o Irã - no que foi seguida por Emirados Árabes, Sudão, Kuwait e Bahrein. A tensão inclui um embargo declarado pelo Irã a produtos da Arábia Saudita e acusações de Teerã de que a força aérea saudita teria bombardeado a embaixada iraniana no Iêmen.
Petróleo, religião e política
Arábia Saudita e Irã protagonizam mais recente capítulo de uma crise permanente no Golfo
Crise entre os dois países, que sustentam uma guerra fria particular, é a nova etapa de uma sequência de tensões no Oriente Médio provocadas por divergências religiosas, interesses políticos e crises da economia internacional