A Justiça determinou, nesta segunda-feira, o afastamento do presidente da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), Marcelo Soares, e o fechamento de uma das casas mais problemáticas da entidade, o Abrigo João-de-Barro.
A decisão é da juíza Sonáli da Cruz Zluhan, do 2º Juizado da Infância e da Juventude de Porto Alegre, com base em pedido feito pelo Ministério Público (MP).
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O pedido do MP ocorreu dentro de expediente que já tramitava desde 2009 para apurar irregularidades no João-de-Barro. A decisão fala que apesar de todas tentativas e prazos dados para correções e até de uma troca de endereço do abrigo, a situação não mudou: a casa chamada de "especial", por ser destinada a acolher jovens que usam substâncias psicoativas ou envolvidos em atos infracionais, não tem condições de higiene e habitação e também não dá aos adolescentes o atendimento especial de que necessitam. A juíza deu prazo de 10 dias para a remoção dos adolescentes e fechamento do abrigo.
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O João-de-Barro, situado na zona sul da Capital, foi um dos abrigos cujas péssimas condições foram descritas em reportagem de Zero Hora publicada em julho. Além dele, o Quero-Quero também era exemplo de mau funcionamento, com condições físicas inadequadas e falta de atendimento diferenciado para os abrigados. À época da publicação da reportagem, a Fasc prometeu melhorias e que os dois abrigos, considerados casas "especiais", mudariam de endereço.
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Abrigo João-de-Barro em maio de 2015
Foto: Adriana Irion
Zero Hora fez contato com a assessoria de imprensa da Fasc e aguarda uma manifestação do presidente.
Em julho, reportagem especial de Zero Hora fez um retrato do João-de-Barro e de outros abrigos da rede de acolhimento de Porto Alegre, que não funciona e desampara uma população que necessita de atenção especial do poder público. Clique na imagem abaixo e acesse:
* Zero Hora