Um ato pró-Dilma movimentou o Centro de Porto Alegre na tarde desta sexta-feira. Foram cerca de três horas de caminhada do Parque Maurício Sirotsky (Harmonia) até o Palácio Piratini. A "Marcha dos Sem" contou com grupos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Movimento Sem Terra (MST), servidores estaduais, movimentos estudantis, LGBTs, de negros, partidos políticos de esquerda, entre outros.
Com gritos de "Fora Cunha, fica Dilma" e "Não vai ter golpe", o grupo percorreu um trajeto que começou na Avenida Augusto de Carvalho, junto ao Parque Maurício Sirotsky (Harmonia), seguiu pela Aureliano de Figueiredo Pinto, Praia de Belas, Borges de Medeiros e Riachuelo, até chegar à sede do governo estadual.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e a Brigada Militar acompanham o deslocamento do grupo, que chegou a causar transtornos aos motoristas.
- Quem tem Prouni, quem tem Minha Casa Minha Vida, quem tem emprego tem que lutar contra o golpe. Fora Cunha, fica Dilma - diziam ao microfone.
Organizadores da Marcha dos Sem estimam em 3 mil o número de participantes. A Brigada Militar calculou que 2 mil pessoas participaram do ato.
Veja mais imagens do protesto:
Realizada desde 1996, a Marcha dos Sem reúne pessoas que têm direitos reduzidos, como trabalhistas, de moradia, educação e segurança. Desta vez, além das reivindicações individuais de cada movimento participante, o grupo defendeu a bandeira contra o impeachment de Dilma Rousseff.
- Impeachment é uma artimanha para dar o golpe - disse o ex-governador Olívio Dutra (PT), um dos integrantes da Marcha dos Sem.
Líder nacional do MST, João Pedro Stédile também veio à Capital. Pela manhã, os mesmo grupos que participaram da caminhada estiveram no lançamento do braço gaúcho da Frente Brasil Popular (FBP), que tem como objetivo discutir os rumos do país.
- Essa manobra do Cunha (de aceitar o pedido de impeachment de Dilma) foi salvo conduto, foi para lançar uma cortina de fumaça sobre as acusações contra ele - avaliou Stédile.
Além das manifestações contra Cunha e a favor de Dilma, em muitos cartazes apareceu o nome do governador do Estado, José Ivo Sartori (PMDB), principalmente reclamações pelo parcelamento do 13º salário: "A hora do pesadelo continua", expressava um deles, ao lado de uma caricatura do governador.
No encerramento do ato, os manifestantes cantaram, juntos, o Hino Nacional Brasileiro.
- Os símbolos nacionais, como a bandeira e o hino, não são propriedade dos coxinhas. Nós vamos retomar tudo que nos foi tirado - encerrou uma das organizadoras ao microfone.
Uma próxima manifestação contra o impeachment está prevista para a próxima quarta-feira, dia 16, e deve ocorrer simultaneamente em diversas cidades do país. Antes disso, no domingo, dia 13, está marcado um protesto no Parque da Redenção em favor do impedimento da presidente.
Veja como foi a cobertura da Marcha dos Sem: