Dois terços da base estão corroídos
Foto: Jéssica Rebeca Weber
Na movimentada esquina das ruas Venâncio Aires e General Lima e Silva, na Cidade Baixa, há um poste em situação tão precária que parece que pode cair apenas com um sopro. Dois terços da sua base estão corroídos, e, num segundo olhar, dá para reparar que já está até inclinado.
- Está totalmente inseguro. Se um veículo bater nele, ele cai, sem dúvida nenhuma. Se eu forçar, ele vai cair. Ele está preso com 10, 15 centímetros apenas na base - diz o taxista Ronaldo Dutra, 58 anos, morador do bairro.
Pior que o estado do poste, só o jogo de empurra sobre a responsabilidade. O Pelas Ruas contatou a prefeitura, a CEEE, a Anatel e empresas de telefonia. Ninguém "assume o filho".
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De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a responsabilidade pela manutenção dos postes é dividida entre as empresas proprietárias dos mesmos e das empresas que os alugam para a instalação de fios, sendo que, geralmente, as proprietárias são concessionárias de energia elétrica, que recebem remuneração das prestadoras de telecomunicações em troca do direito de instalar fios nessas infraestruturas.
Em caso de risco de queda de poste ou de fios soltos, a agência recomenda que os moradores acionem a concessionária de energia elétrica.
Mas, conforme inspeção feita por técnicos da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE Distribuição), trata-se de um poste sem rede de energia elétrica, apenas com rede de telefonia, e, por isso, não seria de sua responsabilidade. Também não há, segundo a CEEE, identificação por placa e GPS. O ZH Pelas Ruas contatou ainda a Oi e a GVT, que também se isentam da culpa.
A Secretaria Municipal de Obras e Viação também não se diz responsável, e o Corpo de Bombeiros afirmou que não pode intervir em situações como essa.