Acompanhado de perto pelos usuários do transporte coletivo, o preço da passagem de ônibus em Porto Alegre só poderá sofrer um reajuste em 2016, quando deve começar a circular a nova frota de ônibus da Capital.
Em cerimônia que marcou a assinatura do contrato com os consórcios vencedores da licitação do transporte público, no Paço Municipal, o prefeito José Fortunati e o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, assinaram também um decreto que permite apenas um aumento na tarifa no ano que vem.
- As empresas estão cientes de que haverá apenas um reajuste, previsto no edital. Se elas começarem a atuar após o dissídio da categoria, terão de arcar com os custos até o começo dos trabalhos. A pressa é toda delas - disse Cappellari.
A partir desta sexta-feira, os vencedores têm até 10 abril para colocar a nova frota em circulação - o dissídio da categoria costuma ocorrer em fevereiro. Serão incorporados à frota atual 72 novos ônibus. Mas o total de veículos novos, com as substituições daqueles que esgotaram sua vida útil, será de 241 coletivos.
O representante dos vencedores da licitação presente no evento, Enio Roberto dos Reis, do consórcio Via Leste, disse que a expectativa é que as empresas consigam colocar a nova frota em circulação em cerca de quatro meses:
- A nossa intenção é que, até o fim de fevereiro, os ônibus já estejam na rua - sinalizou.
Para iniciar as atividades, as empresas terão de colocar ar-condicionado em 25% da frota. O edital prevê o aumento gradativo desse percentual, com 10% - cerca de 180 veículos - a mais a cada ano. Dessa forma, em 10 anos, a frota da Capital estaria totalmente contemplada.
Segundo o prefeito José Fortunati, que vetou o projeto da Câmara Municipal que obrigava as empresas a equiparem 100% da frota com ar-condicionado, o aumento gradativo evitará um reajuste ainda maior na tarifa - o novo valor não está definido:
- É o usuário quem paga essa conta. (O equipamento gradual) é uma forma de evitar um aumento brusco no preço da passagem - disse o prefeito.
Durante o evento no Paço Municipal, a prefeitura também encaminhou à Câmara Municipal um projeto de lei que estimula o uso de tecnologias sustentáveis no transporte coletivo da Capital. Caso aprovado, empresas que optarem pelo uso de veículos elétricos ou híbridos no lugar dos movidos a combustível ganharão uma "sobrevida" à frota: os atuais 10 anos de vida útil dos carros serão ampliados para 15 anos.
A Carris será a primeira a realizar testes com um modelo elétrico na Capital. As linhas 353 - Ipiranga - PUC e T9 testarão um modelo de energia limpa pelos próximos dois meses a partir deste sábado. O mesmo veículo será alternado entre os dois trajetos.