Mais de 70% da emissão de gases do efeito estufa no Centro Histórico de Porto Alegre são oriundos de veículos particulares que trafegam pela região. O dado foi obtido em uma pesquisa feita pelo Instituto Latino Americano de Desenvolvimento Econômico Sustentável (Ilades) e apresentado nesta quinta-feira ao Conselho Municipal do Meio Ambiente.
O estudo mapeou durante um ano a emissão de gases de efeito estufa dos sistemas de mobilidade urbana em um raio de 1,5 km partindo da região da Avenida Salgado Filho com a Borges de Medeiros.
Se os carros representam mais da metade da poluição, o transporte coletivo, que inclui linhas de ônibus da Capital, metropolitanas e lotação, contribui com 27% da emissão de gases tóxicos no Centro. Já os que menos poluem são os transportes via Trensurb e também o hidroviário, pelo Catamarã.
- A validação (da pesquisa) é positiva no sentido de que ela indica o caminho para o gestor público onde a população pede melhorias em detrimento de abandonar ou deixar de utilizar veículos próprios e com um desejo, uma intenção de usar o transporte coletivo desde que ele seja mais qualificado - explicou o presidente do Ilades, Marcino Fernandes Rodrigues Junior.
Quase 84 mil toneladas de gases tóxicos foram emitidas no Centro Histórico em todo o ano de 2013. A ideia da pesquisa foi sugerir ações para tentar minimizar o impacto da poluição em Porto Alegre e fornecer subsídios para a administração pública. Entre as alternativas apontadas pelo estudo, foram a criação de mais ciclovias ou ciclofaixas, bloqueio de ruas para pedestres e melhoria da qualidade das calçadas.
- Agora, com a pesquisa apresentadas, nós vamos comunicar os outros órgãos da prefeitura e tentar achar soluções para aplicá-las na prática. O nosso papel como gestores do meio ambiente é informar a população e também monitorar as ações contra a poluição - disse o secretário municipal do Meio Ambiente, Mauro Moura.
O projeto desenvolvido pelo instituto é um dos cinco selecionados pela prefeitura de Porto Alegre, através de um edital publicado no ano passado, para quantificar a emissão de gases tóxicos no Centro da Capital.
Pesquisa de opinião
Dentro do projeto do Instituto, também foi desenvolvida uma pesquisa de opinião com os frequentadores do Centro de Porto Alegre. A maioria das pessoas (69,9%) se disse disposta a mudar de hábitos de locomoção na região e também a pagar a mais pelo transporte coletivo, se o sistema fosse priorizado e recebesse melhorias.