Após os episódios de violência na última sexta-feira - quando um tiroteio matou um homem e deixou sete feridos e um ônibus foi incendiado -, moradores da Vila Cruzeiro e do Morro Santa Tereza, em Porto Alegre, acordaram nesta segunda-feira com a presença de mais de 150 policiais militares, que circulavam em viaturas e helicóptero pela região.
Para a maioria, a investida do policiamento no local é importante e não deve ser temporária. A comerciante Luciane da Fontoura, proprietária de um bar na Cruzeiro, acompanhou a correria que tomou conta da frente do posto na tarde da sexta. Ela fechou o estabelecimento e só voltou a abrir nesta segunda, quando dezenas de policiais militares e guardas municipais tomavam conta da rua em frente à emergência do posto.
- Passa uma certa sensação de segurança ver o policiamento aqui, mas não adianta ser só quando acontece alguma coisa - afirma Luciane.
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Ana Rita Silveira, que acompanhava o marido no atendimento médico nesta manhã, também defende a presença constante dos policiais na região.
- Só não adianta fazer esse tipo de operação durante um dia e depois abandonar o bairro de novo. Eu só vou acreditar em segurança por aqui quando uma viatura estiver estacionada o dia inteiro na frente do posto - diz a moradora.
De acordo com o comandante do 1º Batalhão de Operações Especiais (1º BOE), tenente-coronel Carlos Alberto Prado de Andrade, entre 80 e 100 policiais farão patrulhas 24 horas pela região, por tempo indeterminado, a partir desta segunda-feira. A operação consiste em abordagens e reconhecimento de suspeitos, incursões em áreas conflagradas pelo tráfico de drogas e operações no transporte coletivo - com efetivo em ônibus e lotações e barreiras em horários determinados. Normalmente, o policiamento ocorre na Cruzeiro com 10 homens, divididos entre dois postos e duas viaturas.
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- Vamos estabelecer um ponto de controle móvel no Belvedere (Morro Santa Tereza) e outro junto ao posto de saúde da Cruzeiro do Sul. Ficaremos ao longo de todos os dias, o dia inteiro, até que a situação volte à normalidade, até que a comunidade possa se movimentar e viver aqui em segurança - garante o comandante.
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A partir desta segunda-feira e por tempo indeterminado, mais de 100 policiais farão patrulhas e abordagens a suspeitos e incursões em áreas dominadas pelo tráfico
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