Depois de meses de negociação, o governo do Estado confirmou por quanto tempo o contrato de concessão do Cais Embarcadero será prorrogado. Havia a expectativa de que a ampliação seria de cinco anos.
Porém, o Comitê Gestor de Ativos, da Secretaria Estadual de Planejamento, Governança e Gestão, decidiu conceder mais dois anos de contrato, mais o tempo que o estabelecimento ficou fechado no período da pandemia e da enchente de 2024. Isso significa que a ampliação será de dois anos e oito meses.
Como o contrato atual chega ao fim em três anos, significa que o Embarcadero permanecerá no espaço que ocupa até 2030. A assinatura do novo aditivo será de responsabilidade da Secretaria Estadual de Logística e Transporte e o ato deverá ocorrer em breve.
Depois disso, o Embarcadero poderá continuar no Cais, mas em outro local, que será decidido pelo Consórcio Pulsa RS, que venceu o leilão para administrar o espaço entre a Usina do Gasômetro e a Estação Rodoviária. O local ficou mais de cinco meses fechado por causa da enchente.
— Temos interesse numa condição que não tire o Embarcadero (do Cais) — destaca o arquiteto Sérgio Stein, porta-voz do consórcio.
O Embarcadero foi reaberta em 12 de novembro. Segundo os gestores do espaço, foi necessário fazer um investimento de R$ 15 milhões para recuperar a estrutura.
O dinheiro seria recuperado ao longo de cinco anos. E o governo gaúcho não projeta fazer aporte de recursos no contrato.
— No nosso cálculo, esse prazo de prorrogação é suficiente para compensar o valor. Não haverá transferência de recursos — destaca o secretário estadual da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi.
O consórcio Pulsa RS questionava a possibilidade de prorrogação de cinco anos. O grupo alega que já vem negociando com empresas, que irão assumir a área no lugar do Embarcadero. Essa ampliação de prazo até 2032 impactaria no novo planejamento que o consórcio já tem para a área.
Gestores do Cais Embarcadero foram procurados e não quiseram se manifestar. Porém, a coluna apurou que os empresários tinham, há dois meses, a confirmação do governo que o contrato seria renovado por cinco anos.
Foi com base nessa ampliação que os reinvestimentos foram realizados. O prazo de cinco anos de prorrogação do contrato chegou a ser citado pelo governo na vistoria que foi realizada no local antes da reabertura.
— Nós botamos a nossa equipe a fazer os estudos, asseguramos que faríamos os encaminhamentos devidos e está se encaminhando esse entendimento por cinco anos de prorrogação do contrato. Isso ainda tem tramitações internas dentro do Governo do Estado, mas está bem encaminhado — comentou o governador Eduardo Leite na ocasião.
Futuro do Cais
O contrato do Cais Mauá será o próximo assunto que o governo do Estado irá tratar. Os futuros gestores têm interesse em antecipar a proteção contra as cheias que proteja os armazéns.
— Depois de assumir o contrato vamos dialogar com Estado e Município para ver o que é melhor. Logicamente queremos proteger tudo o mais brevemente. Inclusive isso protegerá os investimentos vindouros. Mas teremos alguns meses de desenvolvimento de projeto, que são a etapa preliminar. Nestes meses vamos envolver todos os entes para avançarmos nas obras com assertividade e estudos consistentes — antecipa Stein.