A Polícia Civil faz na tarde desta quarta-feira (29) operação para desarticular uma quadrilha de aborto em Porto Alegre. São cumpridos mandados de prisão, busca e apreensão em uma clínica de aborto, no bairro Floresta, e também na casa de integrantes do grupo, na zona sul da Capital. A operação foi deflagrada após investigação da reportagem da Rádio Gaúcha durante cinco meses.
Pelo menos oito pessoas foram detidas no local. Um médico, responsável pelos procedimentos, é procurado pela polícia. Uma estudante de psicologia, que agenciava os abortos, foi presa e encaminhada ao Palácio da Polícia. Ela foi identificada como Raquel Cristina Silva da Silva, e atendia por Eva.
Quando a polícia entrou no local, uma jovem estava em um dos quartos da casa e, segundo agentes, se preparava para realizar o aborto.
Desde 2008, a polícia não fazia uma operação para fechar clínica clandestina em Porto Alegre. Conforme o delegado responsável pela ação, Wagner Dalcin, é muito difícil desarticular quadrilhas como essa, que agem de forma fechada.
Durante cinco meses, a reportagem da Rádio Gaúcha investigou uma rede de médicos, enfermeiros, agenciadores e seguranças que chegavam a realizar até cinco abortos por dia em uma clínica em Porto Alegre. Durante a investigação, a reportagem constatou que essas pessoas atuavam dentro de uma organização criminosa, formada por núcleos na Capital gaúcha e também em São Paulo.
Agenciadores encaminhavam pacientes para a clínica, no Bairro Floresta, e também comercializam medicamentos abortivos para vários estados do Brasil. A reportagem entregou as provas para a polícia, que cumpre busca e apreensões nesta quarta-feira.
De acordo com a Secretária Estadual da Saúde, apenas neste ano 5.343 mulheres buscaram atendimento médico por complicações decorrentes de abortos espontâneos e ilegais.
Veja imagens da clínica: