A Carris recuou da decisão de demitir por justa causa o servidor Alceu Weber, um dos líderes dos rodoviários de Porto Alegre. A ligação dele com o movimento sindical impediu o desligamento direto, segundo a direção da companhia, que resolveu suspender o funcionário e encaminhar o caso à Justiça do Trabalho.
Durante o período de suspensão, o rodoviário ficará afastado de todas as atividades na empresa e não receberá salário. O desligamento de Weber havia sido anunciado na última sexta-feira (05), sob o argumento de que ele apresentou um atestado médico falso para justificar cinco dias de ausência no trabalho. A Polícia Civil deve investigar a veracidade do documento.
Neste ano, a Carris passou a adotar uma esquema de conferência junto aos médicos, em razão do aumento da apresentação de atestados. Outros dois funcionários foram demitidos neste ano pelo mesmo motivo.
Alceu Weber trabalha há 17 anos na Carris. Ele ganhou visibilidade nos últimos anos durante as greves dos rodoviários, fazendo oposição à atual diretoria do sindicato da categoria, e pretende disputar a eleição para nova diretoria da entidade, marcada para o fim deste ano. O dirigente nega que tenha apresentado atestado falso e diz que irá questionar sua suspensão. "Eu vou encaminhar minha defesa e buscar os meus direitos. Legalmente, a demissão na sexta-feira não poderia ter ocorrido", afirmou.