Operadoras do sistema de ônibus em Porto Alegre há décadas, as 12 empresas concessionárias são discretas na comunicação com a sociedade. Muitas delas não possuem sequer sites, a própria Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP), entidade que congrega as permissionárias, não está com uma página virtual no ar. Como a licitação para o setor jamais foi realizada, os empresários, desconhecidos da população, seguem operando o sistema de forma "precária", sem o cumprimento de todos os ritos legais antes da distribuição das concessões.
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No dia 3 de junho, a prefeitura de Porto Alegre estava preparada para receber envelopes com as propostas de empreendedores e consórcios interessados em assumir as três bacias de ônibus do município. Era uma das etapas mais importantes da licitação em andamento. Os atuais controladores, contudo, conseguiram suspender temporariamente a concorrência ao obterem uma medida cautelar no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Alegavam problemas no edital de licitação. O Tribunal de Justiça interveio, determinou a continuidade do certame, mas a primeira licitação, marcada pelo impasse jurídico, teve de ser declarada deserta pelo não comparecimento de interessados. A prefeitura terá de recomeçar o processo de licitação do zero, lançando novo edital, o que deverá consumir mais seis meses.
Até lá, as 12 empresas seguem operando o sistema. Confira abaixo um organograma exclusivo de ZH que mostra quem são os donos das concessionárias que dominam o transporte na cidade.
Um ano de discussões sobre o transporte coletivo de Porto Alegre
*Zero Hora