Além de riscos de erosão e alagamentos, moradias irregulares dentro do Parque Saint Hillaire também contribuem para o aumento da poluição no local. A constatação está baseada em um estudo designado pela Justiça e que levou 17 meses para ficar pronto. O levantamento faz parte de uma Ação Civil Pública da qual são rés as prefeituras de Porto Alegre e Viamão.
No Parque Saint Hillaire fica a barragem da Lomba do Sabão. A represa constitui uma reserva técnica para abastecimento de água de Porto Alegre. Mas, conforme o levantamento, 74% das moradias do local lançam esgoto diretamente nos arroios locais que formam a barragem.
Em maio do ano passado, a Estação de Tratamento de Água (ETA) Lomba do Sabão foi desativada, após 50 anos funcionando. O Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) reconhece os níveis de poluição devido ao esgoto não-tratado, mas diz que a desativação está relacionada à presença de elementos que não representam riscos à saúde, como ferro e manganês, que geravam reclamações de moradores devido à cor e ao gosto da água.
"A estação não foi arrasada, está disponível. Em tempo bastante rápido, poderia voltar a operar", garante o diretor de Gestão e Desenvolvimento do Dmae, Alfredo Artur Dorn. A barragem representa 4% da fonte de água de Porto Alegre.
A decisão de desativar a estação preocupa o Ministério Público. "Na nossa perspectiva, aquela área é uma reserva estratégica. Na hipótese de colapsar por qualquer razão o abastecimento via Lago Guaíba, é lá [na barragem] que nós teríamos um manancial alternativo", diz a promotora Ana Marchesan, da promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre.
O barragem da Lomba do Sabão fica próxima à RS-040, no limite entre Porto Alegre e Viamão. A lâmina d'água mede o equivalente a 72 campos de futebol e armazena quase 3 milhões de metros cúbicos de água. O local é formado por cinco arroios e constitui a nascente do Arroio Dilúvio em Porto Alegre.
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