Dois anos depois do inicio das obras, apenas dois quilômetros da ciclovia da avenida Ipiranga estão prontos. A EPTC reconhece o atraso, mas espera concluir o trajeto total de 9,4 km até o fim do ano que vem. "Dependemos de diversas variáveis que envolvem o parceiro privado, que é quem banca a obra, em contrapartidas por grandes empreendimentos", explica o arquiteto Antonio Vigna, da EPTC. Lei Municipal de 2009 estabelece que para cada 100 vagas de estacionamento criadas em shoppings ou supermercados devam ser construídos 200m de ciclovias.
Nesta terça-feira (22), o Gaúcha no Pedal percorreu os trechos da ciclovia que estão concluídos - cerca de 2 km entre a av. Beira-Rio e a av. Azenha e ainda outro trecho de 1000 metros que está em obras há seis meses e deve ser entregue até dezembro. O atraso, segundo a EPTC, ocorreu devido a necessidade de adaptações na engenharia do trecho. Em um dos pontos, em frente ao Palácio da Polícia, não foi possível dar a volta nos postes de alta-tensão e foi necessária a criação de um desvio sobre os taludes do Arroio Dilúvio.
Além dos desvios em postes e árvores, a blitz do Gaúcha no Pedal constatou que parte da ciclovia já apresenta sinais de deterioração. Parte dos guard-rails instalados próximo a Azenha estão danificados. A EPTC afirma que aguarda a troca dos equipamentos pela empresa que entregou o material. Mas para o arquiteto Rodrigo Troyano, que venceu um concurso para escolha do projeto arquitetônico, há outros problemas. "O espaçamento deveria ser maior entre um pilar e outro. Além disso, não foi plantada a vegetação prevista no meu projeto, que ajudaria a mimetizar e embelezar a proteção e a ciclovia".
Outro aspecto problemático apontado por especialistas e usuários ouvidos pelo Gaúcha no Pedal está a inversão de lados da ciclovia, que troca de lado em alguns pontos, aumentando o tempo de deslocamento dos ciclistas. Ao longo dos 9,4 km serão cinco inversões de sentido, que segundo a EPTC são necessárias porque em determinados pontos não há espaço suficiente para a construção da faixa.
Para o engenheiro e especialista em mobilidade urbana Felipe Brum de Brito, além de questões estruturais, também são necessárias ações educativas. "A EPTC não estabeleceu regras para uso da ciclovia, alertando que ela deve servir apenas para bicicletas, e não para skates ou para caminhadas", explica.
Saiba mais:
O projeto básico da ciclovia da Ipiranga foi desenvolvido pela equipe técnica da EPTC em 2010. A execução do projeto executivo e da obra ficou sob responsabilidade de empreendedores privados, em cumprimento
Cronograma da ciclovia:
22/09/11 - Assinada ordem de início das obras;
07/05/12 - Inaugurado primeiro trecho de 0,4 km;
24/11/12 - Inaugurado trecho de 1,4 km ;
02/04/2013 - Início das obras no 3º trecho - 1 km.
Assista o vídeo:
Gaúcha
EPTC espera concluir ciclovia da av. Ipiranga em 2014
Contrapartidas de empreendimentos atrasaram execução
Álvaro Andrade
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