Depois de uma semana inteira percorrendo incontáveis vezes todos os corredores de todas as áreas da Praça da Alfândega - de um lado para o outro, depois no sentido inverso, e então tudo de novo -, conversando com visitantes, escritores e livreiros, a equipe do Caderno da Feira elaborou uma lista com cinco perfis de frequentadores. Veja abaixo se você se encaixa em algum deles e confira onde estão as melhores pedidas para cada tipo de leitor. Ainda há nove dias para aproveitar esta 58ª edição.
Rato de balaio
Grande atração em toda a Feira, os balaios de saldos representam a possibilidade de encontrar usados em bom estado a preços acessíveis, títulos mais antigos já esgotados nas editoras e também edições novas, lançadas recentemente, com valor bem inferior ao dos lançamentos. Uma das caixas mais concorridas da Praça é a da AJR, próximo ao Santander Cultural: um livro por R$ 10 e dois por R$ 15. Outras barracas que vale a pena conferir: Magia das Letras, Aurora, Erico Verissimo e Beco dos Livros. A Editora Saraiva está vendendo títulos de autores como Rubem Fonseca, Machado de Assis, José de Alencar, Thomas Mann, Ezra Pound e Platão, na versão pocket, com preços entre R$ 10 e R$ 20. A L&PM tem oferta semelhante.
Entusiasta de best-sellers
O lançamento mais badalado do ano está por toda parte - olhe para os lados ou para cima e você encontrará os dois volumes iniciais da trilogia Cinquenta Tons de Cinza, de E.L. James, em quase todas as bancas. A Rogil, no corredor central (Avenida Sete de Setembro), tem uma concentração de outros bons de venda que impressiona: John Grisham, Ken Follett, Nicholas Sparks, Dan Brown, William P. Young, Elizabeth Gilbert, George R.R. Martin e Stieg Larsson. Ontem à tarde, uma única prateleira, bem na frente do estande, exibia nove títulos diferentes de Stephen King.
Conversador
Quem gosta de trocar impressões sobre títulos e autores antes da compra não vai ficar sem assunto ao encontrar os livreiros da Palmarinca, da Terceiro Mundo e da Beco dos Livros. Rui Diniz, Vitor Zandomeneghi e Guilherme Dullius, respectivamente, são comerciantes e também dedicados e bem-informados leitores. Os três têm vasta experiência em atender o público na Feira e encarnam o estereótipo do proprietário de livraria à moda antiga - gostam de conversar sobre literatura mesmo que o potencial comprador acabe não levando nada.
Do futuro
Com cerca de 200 livros para a faixa etária de zero a seis anos, a Bebeteca, na Área Infantil e Juvenil, no Cais do Porto, convida pais e filhos a se acomodar para ler uma história e recuperar o fôlego antes de seguir a peregrinação pelos corredores. O estande, mantido pelo Sesc, funciona das 9h às 20h, e as crianças devem estar sempre acompanhadas dos pais ou responsáveis. De segunda a sexta-feira, quando turmas de escolas representam a maior parcela de visitantes, o espaço é mais tranquilo. Aos sábados e domingos, os pufes são mais concorridos.
Turista
Renovada após anos de obras, desvios e poeira, a Praça da Alfândega está mais arejada. Quem não quiser comprar livros pode aproveitar para passear por um dos pontos mais procurados da Capital por esses dias. Nos momentos de maior movimento (e calor) pelos corredores, vale conferir a programação de debates no Memorial do Rio Grande do Sul e no Santander Cultural. E, para o turista de verdade, que planeja viajar em breve, uma dica: a Disal, na Área Internacional, tem boa variedade de guias
de viagem com pelo menos 20% de desconto.