O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo na quarta-feira (6), que a vitória de Donald Trump nas eleições para presidente dos Estados Unidos é uma sinalização para o Brasil. O político também comparou a sua condenação no TSE com os processos enfrentados pelo republicano e citou o episódio do Capitólio, em janeiro de 2021.
— Quase tudo o que acontece lá acontece aqui. Lá teve o Capitólio, que teve mortes. Tentaram de todas as maneiras colocar na conta dele [...] o cara é bilionário. Enfrentou a perseguição do Judiciário. Eu aqui me esquivo. Mas não deixa de ser uma sinalização para cá de "faça as coisas direito" — afirmou.
Bolsonaro está inelegível desde junho de 2023, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou o ex-presidente por 5 votos a 2, a oito anos de inelegibilidade pela sua conduta durante uma reunião realizada com embaixadores, em julho de 2022, no Palácio da Alvorada, em que ele fez ataques ao sistema eletrônico de votação.
Na entrevista, o ex-presidente disse ainda que a vitória de Trump representa um um passo importante para seu "sonho" de concorrer à presidência do Brasil em 2026.
— É igual a uma caminhada de mil passos, você tem que dar o primeiro, tem que dar o décimo. E o Trump é um passo importantíssimo — disse.
Sobre a possibilidade de Michel Temer ser seu vice caso concorra em 2026, Bolsonaro disse que não fala sobre o assunto, mas não descarta conversar com ninguém.
— Não descarto conversar com ninguém, até com você. Não sei... ele é garantista, é um ex-presidente. O impeachment (de Dilma Rousseff em 2016) abriu uma brecha para eu me candidatar. Não existe impeachment sem vice — disse.