Em julho do ano passado, o então presidente Jair Bolsonaro reuniu-se com 72 embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada. Além de chefes de missões diplomáticas, ministros do primeiro escalão do governo federal estiveram presentes.
No encontro, Bolsonaro afirmou que houve manipulação nos resultados na eleição de 2018, o que foi rebatido por autoridades do Judiciário.
O ex-presidente mostrou denúncia feita por um suposto hacker que teria obtido acesso a código fonte e senhas de autoridades do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A corte eleitoral havia se manifestado, na ocasião, com a alegação de que a investigação não concluiu por fraude nas eleições de 2018.
Aos embaixadores, Bolsonaro disse que o que apresentou estava documentado e colocou um compilado de declarações de ministros e trechos fora do contexto da apuração da PF.
JULGAMENTO NO TSE
Por 5 votos a 2, o TSE condenou, nesta sexta-feira (30), o ex-presidente Jair Bolsonaro à inelegibilidade pelo período de oito anos. Com o entendimento, o ex-presidente fica impedido de disputar as eleições até 2030. Cabe recurso da decisão.
O TSE julgou a conduta de Bolsonaro na reunião realizada com embaixadores. A legalidade do encontro foi questionada pelo PDT.
Conforme o entendimento firmado pelo TSE, Bolsonaro cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. O ex-presidente fez a reunião dentro do Alvorada e, além disso, houve transmissão do evento nas redes sociais de Bolsonaro e pela TV Brasil, uma emissora pública.