Durante abertura da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) da tarde desta quinta-feira (14), o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, disse que o atentado que aconteceu na Praça dos Três Poderes, em Brasília, demonstram tentativa de deslegitimar a democracia no Brasil.
— A gravidade do atentado de ontem (quarta-feira, 13) nos alerta para a preocupante realidade que persiste no Brasil, a ideia de aplacar e deslegitimar a democracia e suas instituições. Reforça também, e sobretudo, a necessidade de responsabilização de todos que atentem contra a democracia — afirmou.
O presidente também disse que o episódio mostra a periculosidade das pessoas com as quais a Corte lida.
— Apesar de estarmos no calor dos acontecimentos e no curso das apurações, precisamos, como país e sociedade, de uma reflexão profunda sobre o que está acontecendo entre nós — declarou.
Anistia
Barroso também citou os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e sinalizou ser contra a anistia aos condenados pela Corte.
— Relativamente a este último episódio, algumas pessoas foram da indignação à pena, procurando naturalizar o absurdo. Não veem que dão um incentivo para que o mesmo tipo de comportamento ocorra outras vezes. Querem perdoar sem antes sequer condenar — completou.
Gilmar Mendes
O ministro Gilmar Mendes, decano da Corte, afirmou que as explosões não são fato isolado.
— As investidas contra a democracia têm ocorrido explicitamente, à luz do dia, sem cerimônia nem pudor. Condutas como as de ontem, juntam-se a diversas outras já vivenciadas — disse.
Mendes também aproveitou para defender a regulação das redes sociais e também rechaçou a possiblidade de anistia dos condenados pelo 8 de Janeiro.
— A meu sentir, a revisitação dos fatos que antecederam aos ataques de ontem é pressuposto para a realização de um debate racional sobre a defesa de nossas instituições, sobre a regulação das redes sociais e sobre eventuais propostas de anistiar criminosos — completou.
Ataque
Vídeo das câmeras de segurança do STF mostram o chaveiro Francisco Wanderley Luiz atirando artefatos explosivos em direção à escultura A Justiça, que fica em frente ao prédio da Corte e, em seguida, acendendo outro no próprio corpo.
Momentos antes, o carro dele também explodiu no estacionamento próximo ao Anexo IV da Câmara dos Deputados.