As primeiras ações da investigação da Polícia Federal (PF) sobre as explosões registradas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na noite de quarta-feira (13), indicam que o autor do atentado mantinha uma grande quantidade de explosivos em uma residência alugada em Ceilândia, no Distrito Federal. As informações são do portal g1.
De acordo com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, uma gaveta nesse imóvel provocou uma "explosão gravíssima" ao ser aberta por um robô antibombas da corporação. Ninguém ficou ferido pelo artefato, mas a parte interna da casa foi destruída.
— O robô antibombas entrou na residência e, ao abrir uma gaveta para fazer a busca, houve uma explosão, uma explosão gravíssima. Salvou a vida de alguns policiais que, se tivessem ingressado na residência, certamente não sobreviveriam àquela intensidade da explosão — relatou ele.
— Então, na residência encontramos também outros artefatos. Muitos, até pela sensibilidade, têm que ser destruídos — acrescentou.
O ataque
Duas explosões foram ouvidas na Praça dos Três Poderes por volta das 19h30min de quarta-feira. Primeiro, um carro explodiu no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados. O veículo estava carregado de artefatos explosivos, segundo a polícia.
Cerca de 20 segundos depois, houve uma nova explosão, desta vez próximo à sede do Supremo Tribunal Federal (STF).
O proprietário do veículo, identificado como Francisco Wanderley Luiz, morreu durante o ataque. De acordo com as autoridades, ele é o autor do atentado.
Grupos extremistas
Andrei Rodrigues declarou, em entrevista coletiva, que a conduta de Wanderley indica que os grupos extremistas responsáveis por atos semelhantes em anos anteriores continuam ativos.
— Quero fazer um registro da gravidade dessa situação que nós enfrentamos ontem. Que apontam que esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica. Não só a Polícia Federal, mas todo o sistema da Justiça Federal. Entendemos que o episódio de ontem não é um fato isolado, mas conectado com várias outras ações — afirmou.
A PF e o STF devem assumir as investigações — que estavam, inicialmente, sob a responsabilidade da Polícia Civil do Distrito Federal.
— Determinei a instauração do inquérito policial e o encaminhamento para a Suprema Corte em razão das hipóteses iniciais de atos que atentam contra o Estado Democrático de Direito. E também, de atos terroristas. Estamos tratando o caso sob essas duas vertentes — concluiu Rodrigues.