Diante de centenas de apoiadores e militantes, o PT oficializou neste sábado (27) a candidatura de Maria do Rosário à prefeitura de Porto Alegre. A deputada federal terá como vice a servidora pública Tamyres Filgueira (PSOL).
Em um discurso de 29 minutos, Rosário defendeu políticas mais eficazes de educação, saúde, segurança e assistência social, colocando o cuidado com as pessoas como prioridade de uma futura gestão. Sem jamais citar nominalmente o prefeito Sebastião Melo, atribuiu ao adversário a responsabilidade pela extensão dos estragos que enchente causou em Porto Alegre.
— As más decisões tomadas por esses que desgovernam a cidade levaram ao sofrimento do nosso povo. Não fizeram a manutenção devida que poderia ter protegido nossa cidade e condenaram o Sarandi, o Humaitá, Vila Farrapos, o Centro Histórico, várias regiões, a viverem a tragédia da falta de gestão — afirmou.
Citando a proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Rosário prometeu atrair investimentos do governo federal e sugeriu a criação de um consórcio integrado por municípios da Região Metropolitana para gerir o sistema de proteção às cheias da zona norte da Capital.
— A cidade receberá importante aporte a partir do trabalho que estamos fazendo. Vamos recuperar todos os diques para que os moradores não tenham mais medo quando começar a chover — prometeu.
Apresentado pelas presidentes do PT, Laura Sito, e do PSOL, Luciana Genro, o ato foi realizado no ginásio da Associação Cristã de Moços (ACM), no Centro Histórico. Na abertura, caixas de som tocaram jingles de campanhas históricas do PT. No telão, foram transmitidas mensagens de próceres do partido, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Em grandes faixas atrás do palco, dois grandes painéis exibiam imagens das candidatas e os slogans da campanha, "fé, união e reconstrução" e "o povo de novo na prefeitura". Um vídeo mostrou realizações de gestões passadas do PT, como o orçamento participativo, cenas da cidade alagada na enchente de maio e de visitas do presidente Lula da Silva às regiões atingidas.
— A palavra de ordem é união e reconstrução, é recomeço e esperança. O povo descobriu quem é seu amigo na hora da enchente. Na hora que mais precisou, foi o presidente Lula e nosso governo que se colocou presente no Rio Grande do Sul — afirmou o ministro da Reconstrução, Paulo Pimenta.
Juntos pela primeira vez numa aliança já no primeiro turno, PT e PSol contam ainda com o apoio de PCdoB, PV, Rede e Avante. Além dos seis partidos já confirmados na coligação, Rosário ainda tenta atrair o PSB. Dirigentes e parlamentares das legendas ocuparam o palco e se revezaram ao microfone, ressaltando a união das legendas de esquerda.
Ex-prefeito e ex-filiado ao PT, José Fortunati (PV) defendeu uma campanha propositiva, baseada em ideias inovadoras para a cidade e distante da polarização que marcou as últimas eleições no Estado. Citando pesquisas de opinião, pregou um movimento político para atrair o eleitor de centro.
— As pesquisas mostram que a vitória no segundo turno não está dada, então precisamos alargar as nossas relações — disse Fortunati.
Aos 57 anos, Maria do Rosário é professora e pedagoga. Foi vereadora, deputada estadual e ex-ministra dos Direitos Humanos. Atualmente no sexto mandato de deputada federal, disputou a prefeitura de Porto Alegre em 2008, quando perdeu no segundo turno para José Fogaça (MDB).