Em declarações emitidas nesta terça-feira (11), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o vice-governador do Estado, Gabriel Souza, expuseram divergência, entre os governos federal e estadual, acerca das moradias provisórias anunciadas pelo governador Eduardo Leite na semana passada. Lula disparou sua crítica durante agenda com autoridades de Pernambuco, no Palácio do Planalto, pela manhã. À tarde, Souza rebateu com postagem na rede X.
"Eu disse ao companheiro Jader (Filho, ministro das Cidades) lá no Rio Grande do Sul, porque tem sempre a ideia de que é preciso cuidar de fazer casa provisória, e eu falava não tem casa provisória. É melhor dizer a verdade para o povo, é melhor dizer que destruir é muito rápido, construir é muito demorado", afirmou Lula, aos convidados da atividade. As informações são do g1.
"Quando a casa de uma família é destruída, ela precisa ficar em algum local até que consiga um lar definitivo e digno para morar. Ou seja, não é pelo governo não providenciar uma casa provisória que a família não vai precisar de um local para residir por um tempo. A situação precária da família não “desaparece” devido ao não agir do governo", reagiu Souza, em sua publicação.
O ato no Planalto tinha como objetivo assinar um acordo para indenizar famílias que moravam em prédios com risco de desabamento em Pernambuco. Na cerimônia, o presidente destacou que "muitas vezes obras provisórias se tornam definitivas". Lula reconheceu, no entanto, que é um processo demorado construir novas residências em locais seguros.
"A gente vai ter que encontrar terreno sólido, vai ter que fazer casa com rua, com esgoto, com água, com energia elétrica, com área de lazer para as crianças, com escola, porque a gente não pode fazer o pessoal, depois do que passaram no Rio Grande do Sul, voltar a morar em lugar inóspito, em lugar inseguro", acrescentou o presidente.
Em sua reação, o vice-governador gaúcho também mencionou a questão do tempo para oferta de moradias.
"A diferença é que, quando o governo age para oferecer algo digno, a família não precisa se submeter a dormir por meses no chão de um ginásio de esportes que serve como abrigo. A propósito: a melhor forma de evitar que as famílias que perderam suas casas não necessitem de um lar provisório é agilizando a entrega das moradias definitivas, na quantidade suficiente para atender todas que estão necessitando", provocou.
As propostas
O que diz o governo federal
A proposta do Palácio do Planalto é oferecer moradias definitivas. Em entrevista à Zero Hora, o ministro da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, afirmou que cada cidade vai passar por uma solução diferente acerca do tema. Ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, Pimenta declarou que a expectativa do governo federal é adquirir 2 mil imóveis na Região Metropolitana ao longo da semana.
O ministro disse que levantamento do governo federal apontou 14 mil imóveis que se enquadram no programa Minha Casa Minha Vida, faixas 1 e 2. Seriam moradias entregues em junho, julho e agosto pelos construtores. A reportagem não indica o valor do investimento.
O que diz o governo estadual
A proposta do Palácio Piratini é oferecer 500 casas temporárias, ao investimento de R$ 66,7 milhões, destinadas a famílias de baixa renda. As unidades serão instaladas em Eldorado do Sul (250), na Região Metropolitana de Porto Alegre (100) e no Vale do Taquari (150). São edificações modulares e com base metálica, de 27 metros quadrados e terão dormitório, sala/cozinha conjugadas e banheiro, mobiliário planejado e eletrodomésticos.
O governo anunciou que o prazo de entrega é de 30 dias a partir da liberação de terreno. No anúncio, o governador Eduardo Leite assegurou que as residências "são provisórias, mas são reaproveitáveis". Abaixo, a postagem de Souza: