O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a transferência de R$ 800 mil que realizou para um banco nos Estados Unidos antes de viajar para o país no final do seu mandato foi uma espécie de garantia, tendo em vista a incerteza sobre o cenário econômico após o resultado das eleições de 2022. As informações são da Coluna do Estadão.
Para a Polícia Federal (PF), o montante seria para o ex-presidente se manter nos Estados Unidos enquanto um plano de golpe de Estado se desenrolava no Brasil. O dinheiro também seria usado caso Bolsonaro precisasse ficar no Exterior para se precaver de inquéritos no Brasil.
O ex-presidente rebateu os investigadores, afirmando, à Coluna do Estadão, que mandou "o dinheiro acreditando na derrocada completa da poupança no Brasil”.
Bolsonaro afirmou ainda que “muita gente mandou dinheiro para fora após as eleições”. Ele disse que conversou com funcionários de bancos, que teriam dito que "o volume de dinheiro enviado (para fora do país) por brasileiro após as eleições multiplicou por três".
O advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, disse que aquele era todo o dinheiro que o ex-presidente tinha na poupança. Após a busca e apreensão, o compliance da instituição determinou a devolução do montante ao Brasil.
Transferência
Investigação da PF aponta que foi feita uma operação de câmbio no dia 27 de dezembro no valor de R$ 800.000,03 para um banco com sede nos Estados Unidos.
Após a transferência do dinheiro, conforme quebra de sigilo bancário realizada pela PF, Bolsonaro ficou com um saldo negativo de R$ 111 mil em sua poupança no Brasil.
Esse valor, segundo a investigação, foi coberto posteriormente por recursos retirados por Bolsonaro de um fundo de investimentos.
O ex-presidente permaneceu nos Estados Unidos até o final de março de 2023.