O pastor Dirlei Paiz, preso em agosto por suspeita de financiar os atos golpistas de 8 de janeiro, foi solto na manhã desta sexta-feira (8) por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o advogado de defesa, Jairo Santos, o pastor foi liberado do presídio de Blumenau (SC) e está usando tornozeleira eletrônica. Ele responderá ao processo em liberdade.
A ordem de soltura, que está sob sigilo como o restante do processo, determina que o pastor catarinense fica proibido de acessar as redes sociais e de sair do país até o julgamento, segundo contou o advogado. Santos ainda informa que Paiz cumpriu outras medidas cautelares, como a entrega do passaporte. A decisão do STF também pede para que o pastor entregue armas caso possua alguma.
Paiz foi preso na 14ª fase da Operação Lesa Pátria, em 17 de agosto. A ação buscava colher provas mirando supostos incitadores da "Festa da Selma", expressão usada como um código para o ataque às sedes dos três Poderes. Segundo a Polícia Federal, havia um grupo no Telegram com esse nome e com os articuladores do movimento.
Nas redes sociais, o pastor Paiz se apresenta como um entusiasta do ex-presidente Jair Bolsonaro e das manifestações do 8 de janeiro. No dia dos atos, ele publicou um vídeo enaltecendo as ações dos radicais.
— Vai ficar para a história o dia que o povo brasileiro invadiu Brasília e deu um recado para esse povo "esquerdalha" entender que não é tudo que eles podem fazer — disse.
O pastor se apresenta como uma liderança bolsonarista e tem diversos vídeos em que fala sobre a logística dos ônibus que saíram de Blumenau, em Santa Catarina, com destino a Brasília. Ele publicou também registros do 8 de janeiro.
O advogado da defesa alegou que já teria sido comprovado que o cliente não esteve em Brasília durante os atos e diz que denúncias podem ter sido motivadas por "inveja".
— Pode ser que acabaram vendo nele alguma liderança, e isso tudo envolve muita política — afirmou.
Santos prevê que o cliente seja integralmente absolvido porque, segundo ele, "não tem nada que ele tenha feito".
Até o momento, o STF condenou 25 pessoas, pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada.