O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi às redes sociais defender o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em meio à crise instalada na pasta após Luciane Barbosa Farias, conhecida como "dama do tráfico amazonense", ser recebida por assessores do ministro.
"Minha solidariedade ao ministro Flávio Dino, que vem sendo alvo de absurdos ataques artificialmente plantados. Ele já disse e reiterou que jamais encontrou com esposa de líder de facção criminosa. Não há uma foto sequer, mas há vários dias insistem na disparatada mentira", disse Lula na publicação realizada nesta quarta-feira (15).
O presidente também exaltou as ações coordenadas pelo Ministério da Justiça, como a defesa da democracia, enfrentamento ao crime organizado e a proteção da Amazônia.
"Essas ações despertam muitos adversários, que não se conformam com a perda de dinheiro e dos espaços para suas atuações criminosas. Daí nascem as fake news difundidas numa clara ação coordenada. Nós reiteramos: não haverá recuos diante de criminosos e seus aliados, estejam onde estiverem, sejam eles quem forem", afirmou Lula.
Luciane é casada com Clemilson dos Santos Farias, chamado de Tio Patinhas e apontado como um dos líderes do Comando Vermelho no Amazonas. Condenado a 31 anos de prisão, ele responde por uma série de assassinatos em Manaus.
Condenada a 10 anos de prisão por organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação para o tráfico, Luciane teve o nome omitido das agendas oficiais das autoridades que participaram do encontro. Nas reuniões, ela se apresentava como presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), uma ONG de defesa dos direitos dos presos. Segundo a Polícia Civil do Amazonas, a organização atua em prol dos detentos ligados à facção.
A mulher se encontrou com Elias Vaz, secretário de Assuntos Legislativos; Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen); Paula Cristina da Silva Godoy, Ouvidora Nacional de Serviços Penais (Onasp); e Sandro Abel Sousa Barradas, que é diretor de Inteligência Penitenciária da Senappen. As audiências ocorreram em março e maio deste ano.