O ex-ajudante de ordens da Presidência da República, tenente-coronel Mauro Cid, disse em sua delação premiada à Polícia Federal que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro e o ex-ministro Onyx Lorenzoni faziam parte de um grupo que incitava o ex-presidente Jair Bolsonaro a não aceitar a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas e a dar um golpe de Estado. As informações foram divulgadas pelos colunistas Bela Megale, de O Globo, e Aguirre Talento, de Uol.
Segundo Cid, esse grupo alegava que Bolsonaro teria apoio da população e dos CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores), que tiveram o acesso a armas facilitado durante o governo do ex-presidente. Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), também filho do presidente, estaria em outro grupo, que tentava convencer Bolsonaro a se pronunciar publicamente e aceitar o resultado da eleição.
Segundo a delação, a resistência de Bolsonaro em admitir a eleição de Lula e desmobilizar os acampamentos golpistas em frente a quartéis era porque o então presidente acreditava no aparecimento de algum indício de fraude nas urnas para anular o resultado. Outra esperança de Bolsonaro, de acordo com a delação, era de que os militares aderissem às propostas golpistas.
Reação
Eduardo Bolsonaro chamou de “cortina de fumaça” a acusação de Cid. Em nota, Eduardo e Michelle afirmaram que “afirmações feitas por supostas fontes são absurdas e sem qualquer amparo na verdade e, via de efeito, em elementos de prova”.
Onyx também negou as afirmações de Cid. “Tenho 30 anos de vida pública dedicados ao Brasil e ao Rio Grande do Sul. Sempre respeitei e cumpri todos os mandamentos constitucionais e democráticos em todos os cargos que ocupei, como Ministro de Estado, Deputado Federal e Deputado Estadual. Sempre fui um ferrenho defensor dos valores democráticos e republicanos de nossa nação”, escreveu em rede social.